Segurança e inteligência mostram trabalho conjunto para Olimpíadas 

“O mundo inteiro estará observando o Brasil. São os primeiros Jogos a serem disputados na América do Sul”. A frase do Coronel Marcelo Silva Rodrigues, participante da reunião que debateu o papel da inteligência na segurança dos jogos olímpico e paraolímpico de 2016, apontou o destaque que o tema vem recebendo nos últimos anos e que deve culminar com as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.  

Segurança e inteligência mostram trabalho conjunto para Olimpíadas - Agência Senado

O encontro da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), presidida pela deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), ocorreu na última terça-feira (13), no Senado, e teve entre seus convidados o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB-RJ).

Além dele e do Coronel Marcelo Silva Rodrigues, coordenador da Seção de Contrainteligência da Subchefia de Inteligência Operacional do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, participaram da mesa Wilson Roberto Trezza, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e William Marcel Murad, diretor de Inteligência da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos.

Os trabalhos desenvolvidos nas áreas de segurança e inteligência têm foco em sete pontos principais: ações terroristas ou de sabotagem de qualquer natureza, criminalidade e violência urbana, comprometimento do sistema de mobilidade urbana, comprometimento da saúde pública, comprometimento dos serviços essenciais, ataques cibernéticos e fenômenos naturais.

Ousadia

William Murad destacou a ousadia do Brasil ao aceitar receber muitos e grandes espetáculos em tão pouco tempo. E falou sobre a atuação dos Centros de Inteligência (CI) – que tiveram uma atividade em tempo real – durante a realização da Copa do Mundo de 2014.

“Costumamos dizer que tudo começa na inteligência”, afirmou, lembrando que as atividades começam muito antes do evento, com a elaboração de uma série de atividades. As estruturas de inteligência para as Olimpíadas envolvem 700 servidores da Abin, oficiais e agentes de inteligência, e 500 servidores dos órgãos diversos ligados aos serviços de Inteligência.

Diferenças

Paes fez questão de mostrar as diferenças entre os dois eventos, Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016: “Aqui estão alguns números que podem parecer assustadores, principalmente, nessa atividade de segurança e de inteligência: na Copa do Mundo eram 32 países; na Olimpíada são 206 países. A Copa do Mundo tinha um total de 723 atletas, a Olimpíada tem 15 mil atletas olímpicos e paralímpicos.”

“Na Copa do Mundo, tínhamos, espalhados em 12 cidades brasileiras, 15 mil voluntários; na Olimpíada, teremos 70 mil voluntários, só na cidade do Rio. A Copa do Mundo era um só esporte, futebol; na Olimpíada, são 65 campeonatos mundiais acontecendo, em paralelo, numa única cidade”, afirmou o prefeito do Rio.

No encerramento, Murad frisou: “O que nós queremos mostrar com isso? Que a Inteligência funciona, que nós precisamos acreditar naquelas pessoas que trabalham conosco, que temos fontes adequadas e que podemos prestar um assessoramento compatível com o porte de um evento como os Jogos de 2016”.