Arquivos de guerra nazistas descrevem atrocidades na Grécia

A abertura e investigação dos arquivos do exército de ocupação alemão na Grécia durante a Segunda Guerra Mundial, iniciada pelo Ministério de Defesa grego, trouxe à tona uma enorme lista de atrocidades segundo publicou nesta terça-feira (20) o diário Kathimerini.

Nazistas erguem bandeira na Acrópole de Atenas

Os documentos, que se encontravam em posse dos Estados Unidos, se referem ao período de quatro anos quando começou a invasão da Grécia em 1941, a batalha de Creta, a ocupação de Atenas e os esforços para reprimir o movimento de resistência grega que continuou até 1944.

A responsável pela investigação, Efi Pasjalidu, apresentou os primeiras descobertas a partir de informes das Forças Armadas nazistas (Wehrmacht), despachos locais do alto comando e diários pessoais, nos quais se relata "uma lista interminável de tragédias".

Assassinatos em massa, queima de aldeias, listagem de bens e alimentos apreendidos em um país castigado pela fome e, inclusive, o estabelecimento de bordéis especiais para as tropas alemãs, estão descritos com uma crueldade e uma frieza extremas.

Os despachos proporcionam informes sobre ações semanais, sem especificar na maioria das vezes "se os mortos eram mulheres ou crianças", explicou a pesquisadora, ou onde se ordenava levar a cabo os massacres.

Segundo um dos documentos, tinha que agir sem titubeios, "inclusive contra as famílias… os suspeitos devem ser executados no ato" pois toda debilidade "custaria sangue alemão", e na ilha de Creta, onde a resistência foi muito ativa, se estabeleceu que por cada alemão morto ou ferido se justiçaria 10 gregos.

Toda a documentação se encontrava em 162 microfilmes, propriedade dos Arquivos Nacionais dos Estados Unidos, e com ela Atenas espera poder pressionar a Alemanha em sua reivindicação de reparações de guerra, nunca cumpridas por Berlim.

Além disso, o Parlamento grego também criou uma comissão especial para reivindicar o reembolso de um empréstimo forçado, exigido pelas forças de ocupação ao Banco Nacional, e a devolução de tesouros arqueológicos confiscados pelas tropas alemãs.

Fonte: Prensa Latina