Ofensa: assim é a condenação do estuprador da Medicina na USP

Até quando? Será que algum dia vai existir um limite para que alguém que estupre um outro alguém? Será que algum dia, num ambiente universitário amplamente privilegiado, uma das escolas que melhor forma no Brasil, um aluno que estupra pelo menos duas outras alunas, portanto colegas, vai ser efetivamente excluído, ou melhor dizendo, recluso em outro sistema, o carcerário? 

Por Matê da Luz, no Jornal GGN

Pejorativa e ofensiva: assim é a condenação do estuprador da Medicina na USP

O aluno de medicina que estuprou pelo menos duas pessoas recebeu nova suspensão.

Gostaria eu de ter palavras para argumentar a construir raciocínios lógicos sobre este caso, mas honestamente me falta a razão quando um assunto como este estampa o noticiário do dia e, pasmem!, não expõe o nome do agressor, alegando sigilo protegido por lei.

Este sigilo, na minha opinião, é o primeiro privilégio que alguém com tamanha falta de humanidade pode receber. É só lembrar do caso da doméstica que, desesperada, deixou a filha numa sacola gourmet em Higienópolis e teve seu nome estampado em néon pelos sete cantos. O ponto que quero chegar é: ambos são criminosos, mas somente o “rico” possui o privilégio do julgamento silencioso, que preserva seu nome e, assim, seu futuro.

Suspensão do curso? Sério? Será que estou sendo radical e pedindo demais quando clamo por uma justiça que seja justa?

Vale lembrar que é este mesmo anônimo que sairá médico, pronto para atender pacientes vulneráveis. Faremos figas para que não sejam os nossos os atendidos ou, envergonhados enquanto sociedade, pais e mães, cobraremos um julgamento onde impere a verdadeira lei, descontaminada do machismo e do protecionismo que a vida vem ofertando – mas apenas para alguns, os de tratamento vip.

Até quando?