Publicado 21/10/2015 11:32
Em março, o governo anunciou novas diretrizes para a organização e integração do atendimento a vítimas de violência sexual por profissionais de segurança pública e do SUS. As unidades de saúde habilitadas poderão fazer o registro de informações em ficha de atendimento multiprofissional e também a coleta e o armazenamento provisório do material para possíveis encaminhamentos legais.
"A medida reduz a exposição da pessoa que sofreu a violência, evitando que as vítimas sejam submetidas a vários procedimentos”, informou o ministério em nota.
Os exames serão feitos em unidades classificadas como Serviços de Referência para Atenção Integral às Pessoas em Situação de Violência Sexual, que contam com equipes compostas por enfermeiros, médicos clínicos, especialistas em cirurgias, psicólogos clínicos, hospitalares, sociais e do trabalho, além de assistentes sociais e farmacêuticos.
Os profissionais de saúde são capacitados para atender vítimas de agressão sexual por meio de força física (estupro), abuso sexual e casos relacionados a abuso de crianças.
“O objetivo é tornar o atendimento mais humanizado e eficaz, evitando assim a revitimização e reduzindo a exposição da pessoa que sofreu a violência, além de oferecer, às autoridades policiais, elementos que identifiquem os autores da violência e comprovem o ato”, reforçou a nota.
Ainda de acordo com o governo, a capacitação dos profissionais começou no ano passado e, até o momento, foram investidos R$ 1,5 milhão para qualificar equipes especializadas nas áreas de saúde e segurança pública.
Segundo o ministério, a coleta de vestígios (secreção vaginal, anal, sêmen, fluidos depositados na pele ou outras regiões do corpo) é extremamente importante para a identificação do agressor e deve ser realizada o mais rápido possível uma vez que a possibilidade de se coletar vestígios biológicos em quantidade e qualidade suficientes diminui com o passar do tempo, reduzindo significativamente após 72 horas do ataque.
De acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, atualmente existem 543 serviços de atenção às pessoas em situação de violência sexual no Brasil. Desses, 165 são serviços de referência para atenção integral às pessoas em situação de violência sexual, que oferecem atendimento de forma ininterrupta e contam com equipes multiprofissionais.