Direita argentina tenta criar clima para questionar derrota na eleição

Os hierarcas do Cambiemos estão pessimistas com respeito às eleições deste domingo (25), na Argentina, o que faz com que analistas políticos entendam que a aliança de direita argentina pode tentar desacreditar os resultados.

Bandeira da Argentina - Reprodução

A grande contenda centra-se na presidência e, em particular, a eleição do governador da província de Buenos Aires, onde o Mudemos tem apostado muito a sua candidata em María Eugenia Vidal.

Esta enfrenta Aníbal Fernández, atual chefe de Gabinete, que, segundo as mais recentes pesquisas, encabeça o pleito para assumir o cargo.

Em um comentário no diário Tempo Argentino, os analistas políticos Nicolás Eisler e Claudio Mardones recordam que nas eleições provinciais de Santa Fé, em junho, o PRA "perdeu por escassa margem o posto a governador e duvidou até o último momento do resultado”.

Em agosto, na eleição em Tucumán, novamente a oposição usou de artmanhas e alterou a ordem cidadã, ameaçando a instituição democrática.

Essa última ideia "poderia ser tentada no domingo, em caso de vitória de Daniel Scioli, o candidato pela Frente para a Vitória", alertam os analistas.

O pensamento em denunciar uma fraude, antes mesmo de se iniciar o pleito, mostra o medo da direita na Argentina e os tipos de armas que pretendem usar em caso de derrota.

Para Roberto Caballero, outro observador político, a operação inesperadamente judicial que a oposição praticou em Tucumán, apontada midiaticamente pelo Grupo Clarín e o diário La Nação, "pode ser vista como um ensaio para um drama geral que sairia a cena a noite de 25 de outubro".

Por sua vez, o comentarista Alberto Dearriba estima que a mesma coalizão ideológica que usou atitudes bem questionáveis para prejudicar Juan Domingo Perón há 60 anos, tenta agora deslegitimar o processo eleitoral que pode acabar com a eleição de um novo presidente peronista.

Vozes dentro do Cambiemos dão elementos para essas considerações: Elisa Carrió, deputada e chefa de Coalizão Cívica que integra o Mudemos, por exemplo, proclama que terá fraude, e o legislador do PRA" Pablo Tonelli assinala que a contagem provisória de votos não tem valor algum.