Há 24 anos Cuba espera que todos os países repudiem o bloqueio na ONU

Desde 1992, Cuba leva à Assembleia Geral da ONU um projeto de resolução sobre a necessidade de se pôr fim ao bloqueio econômico e social imposto pelos Estados Unidos. Nesta terça-feira (27) acontece novamente uma sessão de votação sobre um novo projeto para derrubar o bloqueio, uma vez mais alimenta-se a esperança de que todos os países votem a favor da ilha.

Assembleia Geral da ONU

Esta é a primeira vez que o fim do bloqueio será debatido desde que os países iniciaram o processo de reaproximação. Nos últimos anos, com a reconfiguração da geopolítica mundial e o surgimento de uma série de governos progressistas, não só na América Latina, mas em várias partes do mundo, cada vez mais a causa cubano tem recebido apoio.

Duas décadas de espera

Na verdade, a primeira vez que Cuba apresentou o projeto pelo fim do bloqueio foi em 1991, mas só em 1992 é que recebeu os primeiros apoios, à época 59 nações rechaçaram a ingerência estadunidense.

Nos anos seguintes a pressão contra a Casa Branca continuou se fortalecendo, e a cada nova Assembleia para debater o assunto crescia o número de nações a se posicionar contra o bloqueio. Na última votação 188 países apoiaram a causa cubana, as exceções foram apenas Estados Unidos e Israel.

Consequências

Por conta do bloqueio, Cuba nunca conseguiu desenvolver totalmente seu potencial social e econômico, pois teve suas transações comerciais afetadas pela imposição dos Estados Unidos. O povo cubano teve acesso restrito até mesmo a medicamentos e itens de primeira necessidade humana.

Devido à ingerência dos Estados Unidos, desde 1962, a ilha já teve mais de US$ 116,8 bilhões de prejuízo em transações comerciais. Além disso, não conseguiu desenvolver a construção civil, nem a indústria automotiva, além de ter dificuldades de acesso a uma série de produtos e serviços, entre eles, créditos em bancos internacionais.