Força Tarefa resgata refugiados haitianos em situação de risco em SP

Na madrugada desta sexta-feira (30/10), a Força Tarefa para Receber e Auxiliar Refugiados e Imigrantes em Minas Gerais recebeu um grupo de 44 haitianos, um cubano e um venezuelano que se encontravam em situação de risco pelas ruas de São Paulo, no bairro da Liberdade.

haitianos em BH - Força Tarefa/Divulgação

Todos foram encaminhados para cidade de Esmeraldas, onde foram levados para o recém instalado Centro de Acolhimento de Imigrantes de Minas Gerais, que funciona em imóvel cedido por um empresário da capital mineira sensível às causas de direitos humanos. O centro funciona em um antigo hotel e tem capacidade para acolher cerca de 200 pessoas.

Segundo o coordenador da Força, o produtor cultural Pedro Martins, “os imigrantes são pessoas que buscam oportunidades de se manterem aqui no Brasil. No momento, o desafio é conduzi-los ao mercado de trabalho. Para auxiliar, precisamos de voluntários para dar aulas de português, de empresários que possam oferecer trabalho, além de doação de alimentos e itens de higiene pessoal”, destaca.

A atuação da Frente
Atuando há mais de três meses, a Força conta com a colaboração de diversas entidades e voluntários, que inclui o Vicariato de Ação Política e Social da Igreja Católica, a Central de Ajuda da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Igreja Metodista da Lagoinha, Igreja Batista de Esmeraldas, Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Sindicato dos Professores (Sinpro), Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB), Secretaria de Estado de Direitos Humanos de Minas Gerais, Centro Zanmi de Refugiados, Comunidade Eleclama, estudantes dos cursos de relações internacionais da PUC-Minas e UFMG, dentre outros.

Contando com um grande grupo de voluntários, o trabalho do grupo iniciou com o acolhimento dos refugiados sírios na capital mineira. Desde então, realiza diversas ações, como campanhas de doações de alimentos, roupas e materiais de higiene pessoal. Para melhor atender, está organizada em três comissões: Ajuda Emergencial, que busca o acolhimento com alimentação e vestuário para os assistidos; Sócio-cultural, que tem como tarefa incluí-los na sociedade com aulas de português, atendimento psicológico, inclusão no mercado de trabalho e no Sistema Único de Saúde (SUS), tentando garantir os direitos deles enquanto imigrantes legais; e, por último, a comissão Jurídica, que trabalha a legalização dos imigrantes para poderem obter trabalho, auxiliando-os a tirar documentos como carteira de trabalho e CPF e, posteriormente, visto permanente. Essa mesma comissão está preparando uma cartilha trilíngue (francês, sírio e espanhol), que vai conter orientações de direitos e contatos úteis, além de esclarecer sobre as leis brasileiras.