Taxa de juros no Brasil é “pornográfica”, diz presidente do Sebrae

O novo presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, criticou as altas taxas de juros praticadas no país, que qualificou como “pornográficas”.  E voltou a cobrar a liberação de depósitos compulsórios pelo Banco Central (BC) para o financiamento do capital de giro para pequenas e médias empresas (PMEs).

Guilherme Afif Domingos

"A taxa de juros hoje, eu tenho dito que ela é pornográfica. Entre a taxa básica e a taxa de ponta, tem uma cadeia alimentar imensa", disse ao participar de um evento promovido pelo Banco Central (BC).

Ao Brasil 247, ele reiterou a crítica. "Hoje quem aplica recebe uma remuneração baixa e o pequeno empresário, quando consegue crédito, paga o que eu tenho chamado de juros pornográficos", declarou.

Ele avaliou ainda que a atual política monetária, conduzida por Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, gera poucos efeitos no combate à inflação, numa economia já em recessão, e, na prática, contribui apenas para acentuar ainda mais para a concentração de renda. "Temos um sistema que tira riqueza de muitos e a entrega a poucos".

Hoje, segundo Afif, o que existe no Brasil é um "cartel de bancos públicos e privados", que fecha as portas para os pequenos e médios empresários.

Em conversa com a imprensa depois da atividade no BC, ele informou ter enviado no começo do ano uma proposta para liberação de compulsórios que previa a destinação de 20% do montante sobre depósitos à vista, somando R$ 40 bilhões. Segundo ele, a resposta do BC foi um “estrondoso silêncio” que persistiria até agora

Segundo Afif, que tomou posse da presidência do Sebrae na semana passada, "A micro e pequena empresa precisa de oxigênio para atravessar este momento de crise. Ela ainda sustenta o emprego, com saldo positivo de 109 mil vagas criadas".