Dirigente defende coesão dos movimentos sociais contra golpismo

A noite desta terça-feira, 10, marcou mais uma etapa do processo de conferência do PCdoB-RS com a realização da plenária de Movimentos Sociais do comitê de Porto Alegre, com a presença do secretário nacional de Movimentos Sociais, André Tokarski. 

Em pauta durante o evento, a importância da união e fortalecimento desta frente de atuação na luta pela democracia e em defesa do mandato legitimamente eleito da presidenta Dilma Rousseff, que tem sido alvo permanente de ataques de setores atrasados da política nacional. Ao todo, o processo de conferência municipal mobilizou mais de mil militantes em Porto Alegre.

“Estamos vivendo uma grave e complexa crise política de rumo incerto, engendrada por forças conservadoras que não aceitaram a vitória de Dilma em 2014”, disse Tokarski. Para ele, a ação destas forças é uma reação ao ciclo aberto com a eleição de Lula em 2002, que rompeu com interesses de setores poderosos do país em favor de uma política mais focada nos interesses da população menos favorecida. “Nas eleições do ano passado, houve uma grande coesão das classes dominantes em torno de Aécio a fim de procurar acabar com este ciclo”, explicou.

“Estão tentando desmontar o Estado e atacar a nossa democracia – e os principais atingidos serão os trabalhadores, o povo”, alertou. “Esse movimento de buscar acabar com os sucessivos governos Lula e Dilma se fortaleceram na medida em que interesses historicamente consolidados foram sendo postos em xeque”, disse, citando, como exemplos, o programa Mais Médicos, as cotas de acesso às universidades e a valorização do salário mínimo que aumentou o poder de compra dos trabalhadores.

Segundo o dirigente comunista, este movimento não é exclusividade do Brasil. “Mundo afora, e em especial na América Latina, vemos uma ofensiva conservadora e imperialista contra os povos e sua soberania. Em nosso continente, esta ofensiva foi ganhando força como uma reação dos setores dominantes contra o ciclo de governos progressistas, populares e de esquerda que ascenderam ao poder a partir de 2000”.

Tokarski colocou ainda que “há incompreensões dentro dos movimentos sociais sobre o caráter do embate em curso. É preciso que haja coesão dos movimentos, sem prejuízo da defesa de suas pautas específicas”. Por isso, a importância da plenária do PCdoB focada nesta frente de atuação.

Em sua fala, a vereadora Jussara Cony, secretária de Mulheres municipal e estadual do PCdoB, destacou a importância deste debate ocorrer em Porto Alegre, “cidade-símbolo de importantes iniciativas de democracia participativa e atuação dos movimentos sociais, como o Fórum Social Mundial”.

Jussara disse ainda que o debate realizado na noite desta terça acontece num momento histórico e “teve o papel de estimular nossos militantes políticos e sociais a reproduzirem em suas áreas a importância da unidade, amplitude e resistência para enfrentar os golpistas de plantão, garantir o cumprimento do mandato constitucional da presidenta Dilma com avanços para os direitos dos trabalhadores, do desenvolvimento com justiça social, soberania e democracia, reafirmando o espírito de luta que sempre pautou os militantes comunistas ao longo de 93 anos de história do PCdoB”.

Participaram da plenária a presidenta municipal do PCdoB, Titi Alvares; o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor; Silvana Conti, da UNA-LGBT; Cris Correia, da UBM-RS; Vitor Martins, representante da UJS-Porto Alegre; Getúlio Vargas, da Uampa e Conam e Elis Regina, presidenta da Unegro-RS, além de diversas lideranças e ativistas dos movimentos populares, juvenis, feministas, LGBTs, sindicais, comunitárias, entre outros.

(PL)