Câmbio prejudica resultados da Petrobras

A Petrobras voltou a registrar prejuízo nos resultados do terceiro trimestre, depois de dois períodos de lucro. Os números da companhia foram fortemente impactados pelo efeito da desvalorização do câmbio sobre a sua dívida. A estatal, contudo, celebra um aumento de 149% do lucro operacional nos nove primeiros meses do ano, alcançando R$ 28,6 bilhões.

Tabela Petrobras

O prejuízo da empresa foi de R$ 3,759 bilhões no terceiro trimestre. O resultado negativo é 29,6% menor do que o prejuízo de R$ 5,339 bilhões acumulado de julho a setembro de 2014.

Segundo a Petrobras, entre janeiro e setembro o balanço ainda é positivo, com lucro líquido de R$ 2,102 bilhões. O resultado é 58% inferior ao mesmo período de 2014.

A direção da estatal apontou a questão cambial como a grande vilã dos resultados do trimestro. Cerca de 84% da dívida da Petrobras é em moeda estrangeira.

“O motivo do prejuízo é fruto da grande dívida da Petrobras, que é atrelada à variação entre o real e o dólar. Como houve uma grande variação no trimestre, houve grande incremento nessa dívida. Então mesmo com os excelentes resultados operacionais que a companhia apresentou, com o crescimento da produção de óleo e a melhoria do desempenho da área de gás e e energia, por exemplo, isso não foi suficiente para cobrir a variação que aconteceu no trimestre, de aproximadamente 28%, que fez com que a dívida crescesse e também os encargos sobre a mesma”, disse o diretor da área Financeira e de Relações com Investidores, Ivan Monteiro.

O resultado operacional ficou em R$ 5,8 bilhões, com redução de 39% na comparação com o segundo trimestre de 2015. Os números decorrem do menor lucro bruto e maior despesa com contingências judiciais, especialmente com processos trabalhistas e tributários, que somaram R$ 2,3 bilhões.

O diretor, contudo, ressaltou que as perspectivas da estatal são positivas e destacou o aumento da produção de petróleo, em especial no pré-sal. Segundo ele, com o aumento do preço da gasolina e do diesel, praticado a partir de 30 de setembro, o resultado operacional da Petrobras deverá melhorar.

“Fecha esse ano no positivo. É preciso lembrar que este ano fizemos um aumento de gasolina e diesel. Este impacto vai ser capturado no quarto trimestre. Então, a expectativa é que, na medida em que avança o pré-sal e as decisões de redução de custos, tudo vai ser capturado no resultado. Isso vai gerando um benefício que vai sendo capturado mês a mês no resultado da companhia”, analisou.

De acordo com ele, é preciso estar atento e vigilante em relação à dívida da empresa, acima da média do setor.

“[Os números da dívida] se justificaram pelo elevado programa de investimento que a Petrobras cursou ao longo dos anos. Agora é o momento de refletir sobre como reduzir. Primeiro, capturando os benefícios dos investimentos feitos anteriormente, em especial no crescimento da área do pré-sal. Mas é importante ter um conjunto integrado de esforços. Não vai ser uma única medida. Vamos reduzir custos, reduzir o programa de investimentos, focar em projetos mais rentáveis, praticar preços que temos praticado. E todo esse conjunto vai fazer com que a dívida se estabilize e caia”.

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