Manifesto da UMES Santo André

 Porque estamos ocupando as Escolas?

secunda

Santo André, 12 de novembro de 2015

Somos contra o projeto de desorganização da Educação pública proposto pela Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Um projeto que visa fechar escolas, fechar período noturno, remanejar forçadamente estudantes de suas comunidades, demitir milhares de professores, que terá como conseqüência a superlotação de salas tornando impossível a possibilidade de lecionar ou de assimilar ensino.

Um projeto que visa contenção de “gastos” com a Educação Pública, pois o Governo do Estado de São Paulo não vê Educação como investimento. Esse projeto de desorganização que não foi debatido com a comunidade escolar, que até esses dias era tratado por ordem da Secretaria de Educação como boatos disseminados por professores e estudantes, mas quando veio à oficialização da própria Secretaria de Educação e do Governador, estes agora tentam na maior cara de pau convencer a sociedade de que o projeto visa melhoria na escola pública.

Este mesmo Governador que pela 4ª vez administra o Estado. Que iniciou o desmonte da Educação no Estado em 1995 precarizando a a rede pública com fechamento de salas, terceirização de serviços escolares, os cortes nos materiais, na merenda, o esfacelamento do vínculo empregatício de professores da rede pública.

O Governador e seu Secretário Herman Woorvald, dizem da boca pra fora que as escolas fechadas serão utilizadas em outros fins educacionais após serem entregues aos municípios. Mentira deslavada de quem nem procurou os municípios pra debater a questão, de quem fecha a Escola como se livrasse de um problema, de quem não apresenta nenhuma previsão orçamentária para arcar com a readequação destes prédios para outras finalidades.

E sem previsão orçamentária, não existe possibilidade de transformar um prédio deste em Creche, desculpa apresentada pelo Secretario Herman, não levando em conta que estes prédios não possuem a menor adequação pra serem creches, e para tal teria que ser feita a implosão e no lugar montar outra estrutura. Sem previsão orçamentária para toda esta mudança, a qual eles não se comprometem, estes prédios seriam depósitos de crianças.

Pior ainda é quando na tentativa de ludibriar o povo, dizem da boca pra fora que estes prédios “poderiam” até abrigar uma futura ETEC. Tá chamando a gente de idiota, Secretario Herman? Se vocês não estão arcando nem com a Escola comum, acha mesmo que vamos acreditar nessa lorota sua? Então cadê a reserva orçamentária pra isto? Se nem com o que está no papel você e seu Governador Geraldo cumprem, quanto mais com palavras soltas ao vento na tentativa de resignar estudantes, pais e comunidade esperando dos algozes da educação pública aquilo com o qual vocês não tem compromisso. Não ficaremos sentados vendo esse ataque criminoso de vocês.

Sim, somos a favor de melhorias na Escola Pública, mas esta só será de fato positiva no momento em que for debatida e orientada pela comunidade escolar. O Plano Estadual de Educação para os próximos 10 anos que estava sendo escrito com a contribuição de professores, pedagogos, pais, estudantes e técnicos da Educação Pública foi meticulosamente abandonado pela sua equipe de governo. Isto já é o suficiente pra demonstrar que seu compromisso com a pauta é zero. Por fim, solicitamos o apoio de pais, professores e comunidade do entorno do Valdomiro Silveira para nossa causa.

Um local histórico para todos que aqui passaram pra construir sua cidadania, não pode ser jogado no lixo por um Governo que visa fechar 94 e que só nos últimos 4 anos abriu 53 prisões. A Secretaria de Educação alegará que a ocupação causará transtorno aos alunos e pais que terão que receber transferências (forçadas). Transtorno maior é o que este desgoverno está causando a todos nós. Se aceitarmos calados, o transtorno para sociedad,e para atual e futuras gerações de estudantes será muito maior e permanente.

E se ainda assim alguém se sentir pessoalmente prejudicado, pedimos sua compreensão pelo transtorno causado, estamos lutando para mudar e melhorar a Educação Pública e contra aqueles que querem enterrá-la. Conclamamos estudantes, grêmios livres estudantis, pais, funcionários, professores e comunidade a se levantarem contra este projeto e acirrarem a luta em defesa da escola pública ocupando as escolas numa clara demonstração de que a escola é da comunidade e do povo e de que não aceitaremos esse desmonte.

Aproveitamos para fazer o chamado a todos participarem da Grande Manifestação Estudantil no dia 19 de Novembro a partir das 12 h em Frente à Escola Américo Brasiliense. Nossa ocupação é por tempo indeterminado. Exigimos o recuo do Governo do Estado em seu projeto criminoso. Até a vitória, venceremos. ‪#‎NãoFecharão‬

UMES – União Municipal dos Estudantes Secundaristas