Candidatos à presidência da Argentina participam de debate inédito

Os 30 milhões de eleitores argentinos terão a chance de acompanhar neste domingo (15) um debate inédito entre os dois candidatos ao segundo turno para a presidência do país: o governista Daniel Scioli e o oposicionista Mauricio Macri. O segundo turno das eleições está marcado para o próximo dia 22.

Scioli e Macri - Reprodução

Na reta final da campanha, os dois candidatos tem aproximado suas posições para conquistar o eleitorado considerado "de centro”. Segundo a analista política Mariel Fornoni, o eleitorado argentino está dividido em três partes: um terço quer manter a atual situação e votará em Scioli; outro terço quer mudanças e votará em Macri; os demais não querem uma virada abrupta, mas tampouco aceitam mais quatro anos de Kirchnerismo.

Scioli elogia as decisões tomadas pelos governos Kirchner de reabrir os processos contra os responsáveis pelos crimes cometidos na ditadura; de rejeitar políticas econômicas impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e de distribuir a renda através de programas sociais. Mas admite que a inflação de dois dígitos ao ano é alta e que o Indec – instituto que mede o custo de vida e a pobreza – perdeu credibilidade e precisa ser reformado. Scioli defende ainda que os controles cambiais, em vigor desde 2011, precisam ser eliminados gradualmente.

Macri, fundador do partido conservador PRO e candidato da aliança Cambiemos (Mudemos), diz que vai acabar com os limites de compra de dólares assim que assumir. Mas procurou moderar seu discurso de empresário, prometendo manter os programas sociais e não mexer nas empresas de petróleo (YPF) e de aviação (Aerolíneas Argentinas), privatizadas nos anos 1990 e estatizadas por Cristina Kirchner.

Esta é a primeira vez na história da Argentina que uma eleição presidencial será decidida em segundo turno.