Movimento social denuncia tragédia educacional promovida por tucanos

2015 foi um ano difícil para a educação paulista. No início do semestre, os professores da rede estadual realizaram a maior greve de sua história e amargaram o descaso por parte do governo Alckmin, que não atendeu a nenhuma reivindicação da categoria. Recemente veio outro golpe. Na calada da noite, os tucanos apresentaram um plano para fechar 94 escolas estaduais, sem planejamento, debate democrático ou qualquer critério técnico. 

Por Laís Gouveia

Movimento social denuncia tragédia educacional promovida por tucanos

Ao Portal Vermelho, entidades denunciam as consequências nocivas do desmonte educacional promovido em São Paulo.

Camila Lanes, a paranaense recém eleita presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), já começou a gestão participando das ocupações dos colégios em São Paulo. A jovem afirma que a entidade rechaça o desmonte educacional promovido pelas gestões tucanas. “Aqui em São Paulo, assim como é no Paraná, não é diferente, vemos um plano de fechar e sucatear as escolas. A solução a ser apresentada ao governo Alckmin, em contraponto ao seu plano, seria diminuir os estudantes por sala de aula, no contexto em que os espaços estão superlotados, muitas salas com até 45 estudantes. Na próxima quinta-feira (19), vamos fazer uma grande mobilização nacional em solidariedade e apoio às ocupações.”                                                   Camila Lanes 

A presidenta da Ubes denuncia a blindagem que Alckmin promove das suas ações negativas, muitas vezes ocultas pela grande mídia. “Vamos denunciar à sociedade quem realmente é Geraldo Alckmin, que pode, inclusive, ser candidato à Presidência em 2018 e promover um desmonte da educação em nível nacional. A reorganização escolar é, na prática, a desorganização escolar. Não vamos arredar o pé das escolas enquanto o governo não voltar atrás.”

A diretora da Apeoesp Francisca Seixas afirma que as últimas ações do governo Alckmin em São Paulo se resumem a uma tragédia educacional. “Além do movimento de ocupações, o governo do estado começa amargar derrotas jurídicas, como a decisão da Câmara Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo em suspender o fechamento da Escola Estadual Braz Cubas, em Santos, que atende portadores de necessidades especiais. A justificativa é que que não houve nenhum estudo para decretar o encerramento das atividades no colégio. Em Piracicaba, na escola rural Augusto Melega, também foi revertido o fechamento do colégio, o que demostra um recuo por parte do Alckmin.”

Francisca Seixas

Francisca afirma que tem vários interesses obscuros por debaixo do pano. “Ao separar o ensino fundamental do ensino médio, uma vez que o ensino noturno de muitas escolas serão fechados e já foi vetado, por exemplo, a matrícula no 1º colegial, ou seja, não são apenas 92 escolas que terão suas atividades encerradas e isso favorecerá diretamente os colégios particulares. Se o estado nega o acesso à escola pública, não há outra opção à população e essa migração ocorrerá, por isso, o real objetivo do plano de reorganização é transferir ganhos para a iniciativa privada. Outra questão, não menos importante, é o tratamento que a Polícia Militar vem dando ao movimento, com o extremo uso da violência. Isso só evidencia a inexistente democracia nos governos tucanos”, conclui. 

Após uma semana da primeira escola ser tomada, em Diadema, estudantes de todo o estado seguem firmes em seus colégios e as ocupações aumentam. Confira o quadro de escolas ocupadas nesta terça-feira (17).

1. E.E. Fernão Dias Paes (Pinheiros, zona oeste)
2. E.E. Diadema, antigo Cefam
3. E.E. Salvador Allende (Cohab José Bonifácio, zona leste)
4. E.E. Heloísa Assumpção (Osasco)
5. E.E. Castro Alves (zona norte)
6. E.E. Valdomiro Silveira (Santo André)
7. E.E. Dona Ana Rosa (Vila Sônia, zona oeste)
8. E.E. Antônio Manuel Alves de Lima (Jd. São Luís, zona sul)
9. E.E. Sílvio Xavier Antunes (Piqueri, zona norte)
10. E.E. Oscavo Paulo (Bangu, Santo André)
11. E.E. Comendador Miguel Maluhy (Campo Limpo, zona sul)
12. E.E. Elizete Oliveira Bertin (Embu das Artes)
13. E.E. Antônio Adib Chammas (Santo André)
14. E.E. Cohab Inácio Monteiro III (zona leste)
15. E.E. Mary Moraes (Portal do Morumbi)
16 . E.E. José Lins do Rego (Jd. Ângela, zona sul)
17. E.E. Coronel Antonio Paiva de Sampaio (Osasco)
18. E.E Professora Neyde Apparecida Sollitto (Jd. das Palmas, z/s)
19. E.E Prefeito Mario Avesani (Interior paulista)
20. E.E. Flávio José Osório Negrini (Jd. Olinda, zona sul)
21. E.E. João Kopke ( Luz, centro)
22. E.E. Délcio de Souza Cunha (Diadema)
23. E.E. Padre Sabóia de Medeiros (Chácara Santo Antonio, zona sul)
24. E.E. Sinhá Pantoja (Recanto Santo Antonio, zona sul)
25. E.E. Egídio Damy (Brasilândia, zona norte)
26. E.E. Godofredo Furtado (Pinheiros, zona oeste)
27. E.E. Carlos Gomes (Campinas)
28. E.E. Eloy de Miranda (Jundiaí)
29. E.E. Stella Machado (Bauru)
30. E.E. Roger Jules (Itaim Paulista, zona leste)
31. E.E. Prof. Astrogildo Arruda (São Miguel Paulista, zona leste)
32. E.E. Marilsa Garbosa ( Jd. São Luiz, zona sul)