MP pede imediata suspensão do plano tucano de reorganização escolar
Em coletiva de imprensa que ocorreu nesta quinta-feira (3) na capital paulista, o Ministério Público de São Paulo anunciou o pedido de interrupção imediata do plano do governo Alckmin de reorganização escolar, que pretende fechar 92 escolas em todo o estado. A ação será julgada pela justiça em até 48 horas. O Ministério propõe debates públicos com a comunidade para discutir o projeto de reorganização.
Publicado 03/12/2015 18:29
O promotor João Paulo Faustinoni e Silva, do Grupo Especial de Educação do Ministério Público, afirmou ao Portal Vermelho que é de extrema importância que haja um diálogo do governo com estudantes, pais e professores, através dos grêmios, Fórum Estadual de Educação, entre outros instrumentos que conduzem as decisões educacionais em São Paulo de forma democrática, o que não ocorreu com o plano de reorganização escolar, restando, como último recurso, as ocupações das escolas por estudantes.
O uso da violência e abuso de autoridade da Polícia Militar é outro ponto questionado pelo Ministério Público. João afirma que é importante que todos os estudantes que sofreram algum tipo de violência em manifestações façam um boletim e ocorrência para constar nas investigações.
Angela Meyer, presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), acompanhou a coletiva e considera positivo o encaminhamento do Ministério Público. “O governador acha que governar por decreto é algo saudável, desrespeitando a democracia e a opinião de toda comunidade escolar. Nós nos organizamos conjuntamente, os secundaristas ocupam mais de 200 escolas, os pais fortalecem nossas ocupações, os advogados cumprem um papel fundamental ao dizer que é surreal essa medida. Assim, vamos de tijolo em tijolo desmoronando esse governo antidemocrático e fascista do Alckmin.”
Com a opinião pública cada dia mais contrária ao plano de reorganização e ao abuso de violência da Polícia Militar com os estudantes, o secretário da Casa Civil do governo de São Paulo, Edson Aparecido, afirmou nesta quinta-feira (3), em entrevista à Rede Globo, que o governo vai propor uma audiência pública com estudantes e pais de alunos, para debater a reorganização da rede estadual de ensino. No entanto, o secratário não estipulou data, local e qual seria o formato para a suposta abertura do diálogo, fala semelhante a do secretário da Educação, Herman Voorwald, que na semana passada, em entrevista à rádio CBN, também prometeu divulgar o conteúdo do plano de reorganização, mas não disse a data em que isso iria ocorrer.