Mais de 20 mil vão às ruas de BH contra o golpe e pela democracia

Na tarde desta quarta-feira (16), milhares de mineiros se reuniram em grande ato em defesa da democracia e contra o golpe que ameaça o mandato legítimo da presidenta Dilma Rousseff.  

Dilma Fica praça 7 - Lidyane Ponciano

Militantes de diversos partidos, entre eles o PCdoB, forças sindicais ligadas à CTB e CUT, além de entidades do movimento estudantil, como UJS, UNE, Ubes, UEE junto com movimento dos trabalhadores sem terra e da cultura realizaram uma grande marcha contra a ameaça de golpe do impeachment arquitetado pelo presidente da câmara, Eduardo Cunha. Concentrados desde a tarde na praça Afonso Arinos, os militantes partiram rumo ao praça Sete com destino à praça da Estação, onde teve apresentação cultural de Gabriel Guedes e outros artistas mineiro. Aos gritos de “fora Cunha”, “Dilma fica, Cunha sai” e “não vai ter golpe”, a capital mineira viveu uma tarde histórica. Estiveram presentes no ato os parlamentares Celinho do Sinttrocel (PCdoB) e Rogério Correa (PT), o prefeito de Contagem Carlin Moura (PCdoB), o secretário de Estado de Direitos Humanos de Minas Gerais, Nilmário Miranda, entre outros.

Dentre os diversos movimentos sociais, os jornalistas mineiros carregaram a faixa “Jornalistas contra o golpe”, tendo à frente o combativo jornalista José Maria Rabelo, de 84 anos, criador do lendário jornal Binômio, que foi o principal instrumento de oposição ao regime militar imposto em 64 pela ditadura.

Na praça da Estação, os manifestantes atearam fogo a dois caixões simbólicos, sendo um contra a velha política representada pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha, e outro denunciando a “insegurança pública”, contra o comportamento violento da Polícia Militar diante movimentos populares e que promove o genocídio da juventude negra nas periferias brasileiras.

Ao cair da noite, a multidão comemorou duas notícias: o pedido de afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e a condenação a 20 anos de prisão do ex-governador mineiro Eduardo Azeredo por envolvimento em corrupção no mensalão tucano do PSDB.