Luciana Santos: a democracia não pode ser rasgada
A presidenta nacional do PCdoB, deputada federal Luciana Santos,concedeu entrevista coletiva, em Recife, sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de acolher, no fundamental, a Arguição por Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) proposta por seu partido quanto ao processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Para a dirigente comunista a democracia não pode ser rasgada, como pretende a oposição.
Publicado 18/12/2015 19:35
A deputada federal Luciana Santos destacou o fato do STF reconhecer a autonomia do Senado para barrar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), caso seja aprovado na Câmara dos Deputados e afirmou: "politicamente, eu acho que o Senado é mais favorável. E talvez a gente já resolva na Câmara”
Para Luciana "não se trata apenas de uma questão jurídica, ela é jurídica, política, e de um embate que acontece no País desde o dia em que saiu o resultado das eleições. Há um inconformismo por parte da oposição com o resultado das eleições”.
Mesmo reconhecendo que o governo da presidenta Dilma é passível de críticas, Lucana Santos reformou o caráter democrático da luta em curso. “Muita gente pode discordar, ter diferenças, ter críticas ao governo Dilma. Até nós temos, e muitas. Mas a democracia, nós não podemos rasgar. Ela foi eleita para quatro anos. Popularidade ou impopularidade não pode ser critério para distituir presidente da República, um governador, um prefeito. As pessoas têm um mandato que foi delegado pelo povo”, explicou.
Já o deputado Orlando Silva (PCdoB-RJ), presente à coletiva, disse que o partido não “tomou o espaço do PT” ao defender o mandato da presidente no STF. “Considero que o PCdoB cumpriu a responsabilidade de ser um partido político que apoia o governo. Nós acreditamos num projeto político, acreditamos num programa. Nós procuramos sustentar democraticamente esse projeto”, disse.
O deputado comunista ressaltou que a decisão da justiça se contrapõe aos planos golpistas do presidente da Câmara dos Deputados. “O que o STF fez foi acabar com a farra de Eduardo Cunha, acabar com o vale-tudo que o Eduardo Cunha tentou introduzir na política brasileira. Só que ele não pode tudo, as instituições ainda funcionam”, comentou.
Sobre o recesso parlamentar, Luciana Santos afirmou que o PCdoB é a favor da continuidade dos trabalhos. “Precisamos de estabilidade. Sem estabilidade política, não tem como superar a crise econômica. Esse é um assunto que, quanto mais rápido nós resolvermos, sair do impasse, desde que seja dentro da legalidade, nós achamos que quanto mais rápido melhor, para ter paz política no Brasil. De nossa parte, quanto mais rápido, melhor para o Brasil. Estamos preocupados com a retomada do crescimento”, disse.
Além de Luciana e Orlando, também estiveram presentes à entrevista a deputada estadual pelo PCdoB gaúcho, Manuela Dávila, o vice-prefeito de Recife, Luciano Siqueira e o dirigente estadual do PCdoB, Alanir Cardoso.
Do portal Vermelho, com informações do Blog do Jamildo.