Maduro alerta para o risco de intervenção internacional da Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, alertou ao povo venezuelano que a ordem do presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, de retirar os quadros de Simón Bolívar e Hugo Chávez da Casa é o início de um plano para fomentar uma intervenção internacional no país.

Nicolás Maduro - AVN

“É o mais grave insulto que jamais havia acontecido na história de 200 anos contra a memória sagrada do libertador da América Simón Bolívar. Não sejamos ingênuos, estão alimentando o ódio contra o espírito nacional para buscar um confronto e uma intervenção internacional na Venezuela com uma coalizão de países de direita encabeçada pelos Estados Unidos”, denunciou o presidente.

Maduro não hesitou em afirmar que se a oposição estivesse por pouco tempo no poder com certeza “entregaria o país às tropas estrangeiras”. A denúncia foi feita durante uma cerimônia militar realizada em Caracas com oficiais da Força Armada Nacional Boliviana, que manifestaram apoio ao presidente.

A ministra de Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, também já havia denunciado ao Corpo Diplomático do país que a direita pretende impulsionar uma intervenção estrangeira e colocar em curso uma agenda violenta.

Delcy afirmou ainda que o governo “legítimo e eleito democraticamente nas urnas” tem a responsabilidade de fazer com que as leis sejam respeitadas. Segundo ela, há provas de que o novo presidente da Assembleia Nacional, Ramos Allup, está violando leis da República.

Dossiê sobre Ramos Allup

Nesta quinta-feira (7) a jornalista norte-americana Eva Golinger divulgou um documento oficial do Departamento de Estado Norte-americano provando que o deputado Henry Ramos Allup foi financiado pela embaixada estadunidense em Caracas entre os anos de 2004 e 2006.

Segundo o artigo da jornalista, o documento mostra que o então representante da embaixada, Willian Brownfield, qualificou Ramos Allup como “grosseiro, abrasivo, arrogante e meticuloso”, por ser um dos políticos “mais vorazes” da direita venezuelana.

Brownfield ainda criticou a dependência de Ramos Allup ao afirmar: “ao invés de buscar votos dos venezuelanos, a principal estratégia política de Ramos Allup tem sido pedir ajuda à comunidade internacional”.