Criticar é fácil, difícil é apresentar soluções!

O Brasil que venceu momentos piores, com certeza haverá de superar mais este e continuar sua marcha de grande Nação.

 • Aluisio Arruda

O Brasil já viveu momentos bem difíceis.

Durante a ditadura militar a democracia foi pisoteada. Fazer oposição era crime. Opositores eram presos, torturados, mortos, "desaparecidos", cassados, banidos do país. Não havia exceção, desde deputados, ex-presidentes, jornalistas, cientistas, religiosos, artistas,etc.
Partidos foram extintos, O Congresso foi fechado, políticos foram cassados, eleições foram suprimidas; tudo em nome da "lei e da ordem".

Com exceção de um pequeno período chamado "milagre econômico", o que se viu foi aumento da inflação, do desemprego, da dívida, arrocho salarial, corrupção, impunidade.

Com a reconquista da democracia pelo povo brasileiro através das Diretas Já, no Governo Sarney, também teve inflação desenfreada, acima de 80% mês.

O governo Collor confiscou a poupança, PIB negativo de 4,2%, além de corrupção que motivou seu Impeachment.

No governo Fernando Henrique a inflação chegou a 12,5%, desemprego a 15%, a dívida de 29,55% do PIB foi a 50,47%, aumento de 72%.

O governo Lula pegou uma fase boa; o Brasil cresceu, milhões saíram da miséria, o desemprego chegou a menos de 5%, a dívida foi reduzida em 11%, programas sociais foram criados e potencializados. No entanto a corrupção antes combatida pelo PT contaminou o 1º escalão do governo e vários políticos de partidos aliados, no escândalo do Mensalão.

A "marolinha" da crise mundial de 2008, no início do governo Dilma foi se transformando em onda vigorosa.

Ao invés de dar tratamento de austeridade à questão econômica, exageraram nos gastos, talvez com objetivo de garantir a reeleição. Infelizmente isso parece regra. FHC para aprovar a reeleição comprou o Congresso.

Derrotados, os adversários, assim como a imprensa, denunciaram o escândalo da corrupção, principalmente na Petrobras.

A crise econômica foi sendo potencializada pela crise política e pelo descontentamento popular pedindo o Impeachment de Dilma. Outros fatos graves contribuem: a queda do barril de petróleo, antes a U$ 106, agora cerca de U$ 30; O dólar antes a R$ 2,20, agora passa de R$4,00; a desaceleração da China de 10% para 6,5%, a queda da Rússia hoje com PIB negativo de -4,3%.

2015 terminou sem deixar saudades.

Início de 2016: comemorações, férias, recesso, reflexões. Trocar Dilma pelo vice do PMDB de Eduardo Cunha, envolvidos também em corrupção?

Qual será o resultado do TSE, que ainda será submetido ao Congresso, aparentemente favorável ao governo?

Todo esse quadro de dificuldade econômica, instabilidade política e incertezas agravam a situação do país e do povo brasileiro. Os que pretendem ocupar a cadeira de presidente, alguns além da falta de currículo idôneo, aqui ou acolá mencionados no escândalo do Petrolão criticam, mas não apresentam soluções.

Diante de tal situação, pessimistas desanimados dizem, " o Brasil acabou"!

Os que acompanham a história e lutam mesmo nos momentos mais difíceis, dizem- vamos em frente- não tivemos apenas prejuízos. Nossas Instituições se fortaleceram; ladrões, sejam políticos ou executivos de alto escalão estão sendo severamente punidos.

Normas e leis antiquadas e injustas estão sendo atiradas ao lixo, como a reeleição, o fim do financiamento das campanhas por empresas privadas (foco da corrupção). A lei da ficha limpa está em voga.

Ouso aqui opinar no sentido de contribuir; 1º debelar a crise política que trava encaminhamentos; o Brasil possui vasta reserva em dólares, acumulada nos últimos anos, portanto, potencial de Investimento; redução da taxa Selic (cada ponto a mais gera despesas de R$ 25 bi nos juros, alem de estimular a agiotagem e inibir a produção); Incentivar o mercado e a produção interna, já que a externa não nos é favorável; por último desestimular o pessimismo, o derrotismo, e trabalhar.

O Brasil que venceu momentos piores, com certeza haverá de superar mais este e continuar sua marcha de grande Nação.

• Aluisio Arruda – Jornalista e Arquiteto em Cuiabá; ex-presidente estadual do PCdoB/MT.