Rubens Pereira Jr.: O ajuste e o exemplo maranhense 

Como a gente já ouviu bastante: governar com dinheiro sobrando é bem mais fácil. Quando a situação se inverte, com restrição orçamentária, como estamos vivendo atualmente no Brasil, é que o cidadão conhece a verdadeira competência de um gestor da verba pública.

Por Rubens Pereira Júnior* 

Marcio Pochmann: O melhor é alterar o ajuste fiscal

O Maranhão teve uma queda de 17% no repasse de verbas do Fundo de Participação dos Estados (FPE), recurso que é repassado pelo governo federal. A queda, provocada pela situação da economia nacional, somou-se à elevação do dólar, que impacta na dívida externa contraída na gestão Roseana. Só em janeiro, nós maranhenses vamos pagar uma parcela de R$ 178 milhões da dívida externa deixada pelo governo anterior. Com o valor, dava para construir 522 unidades do Escola Digna. Ou seja, construir quase duas escolas em cada cidade maranhense – só com os recursos de uma parcela.

Para enfrentar esse quadro, a equipe de governo fez cortes de R$ 100 milhões em contratos e contingenciamento de 30% dos custeios da máquina estatal. Mas o governador Flávio Dino tomou uma decisão acertada: poupou dos cortes as áreas de educação, saúde e segurança pública. Está mais que correto, pois são setores que podem trazer avanços pessoais e profissionais, qualidade de vida e paz ao nosso povo. Com isso, estão garantidos recursos para programas como o ‘Escola Digna’ e ‘Bolsa Escola’ (Mais Bolsa Família). Também estão garantidos investimentos que estão garantindo a geração de empregos no Maranhão apesar da crise nacional.

O cofre maranhense não está imune aos problemas na economia que, aliás, são mundiais. Mas saber que temos à frente um gestor que pensa em nosso povo em vez de pensar em benefícios próprios faz toda a diferença. Ainda mais quando esse gestor compartilha as decisões com toda a população, como Flávio Dino está fazendo com a implementação do Orçamento Participativo em nosso estado.

Situações ruins da economia vêm e passam. Mas se todos estivermos dialogando em busca de saídas, com certeza, vamos encontrar soluções. Em plano nacional, as que meu partido defende são a redução de juros e a maior tributação de bancos e grandes fortunas. Só assim vamos fazer com que o Estado pare de alimentar quem ganha tanto – basta ver os lucros estratosféricos dos bancos!

É o caminho que o governador Flávio Dino tem apontado com a ampliação do tributo sobre heranças e a cobrança de ICMS sobre lanchas, aviões helicópteros. Quem mais lucra é quem mais tem de contribuir com o bem-estar geral da sociedade. Só assim vamos desafogar a classe média para que ela volte a consumir, reativando a economia. Essa mudança, com a redução dos gastos com juros da dívida nacional, são o caminho para um verdadeiro ajuste fiscal que não tenha como subproduto a recessão e o desemprego.