Espanha: Líder do PSOE aposta que formará governo progressista
O secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, aposta no diálogo e na moderação para chegar o quanto antes à formação de um governo progressista alternativo ao de direita, segundo afirmou à mídia espanhola nesta terça-feira (3).
Publicado 03/02/2016 17:54

Sánchez diz que a Espanha “respirou aliviada” na última terça-feira (2), após a incumbência dada a ele pelo rei Felipe VI de formar um Executivo diante da incapacidade do presidente do atual governo e líder do Partido Popular, Mariano Rajoy (PP), de conseguir os apoios necessários para formar novo governo.
Ele afirmou que os militantes de seu partido saberão cobrir as expectativas de mudanças demandadas pelos espanhóis nas eleições gerais de 20 de dezembro – as mais fragmentadas do período democrático – nas quais nenhum partido obteve maioria absoluta para governar.
Sánchez exortou a todos os partidos a deixar de lado os vetos e as diferenças, para que o país tenha um governo progressista e de mudanças, o quanto antes.
“Deixemos de lado nossas diferenças e falemos daquilo que nos une, que é muito”, enfatizou o dirigente socialista durante um encontro conjunto dos grupos parlamentares do PSOE no Congresso de Deputados e no Senado.
Ele insistiu na tese de que a mudança não é patrimônio de um dirigente político nem de uma organização em particular, mas de todos os espanhóis e, para isso, a nova etapa deve ser orientada pela moderação, pela generosidade, pela responsabilidade e pelas convicções.
A fim de salvaguardar as negociações que iniciou nesta quarta-feira para esboçar um futuro Executivo, Sánchez pediu a seus correligionários que respondam com respeito a eventuais provocações, arrogâncias ou propostas irrealizáveis.
“Tiraremos a Espanha do bloqueio institucional criado por Rajoy, com seus movimentos táticos e seu imobilismo”, denunciou.
Sánchez antecipou que em seu diálogo com as organizações com representação parlamentar priorizará quatro eixos: a criação de emprego, a redução da desigualdade, a luta contra a corrupção e uma reforma constitucional para resolver o problema da Catalunha.
O secretário-geral do PSOE tem diante de si uma complicada negociação com o Podemos (centro-esquerda) e com o C's (centro-direita), favoráveis a explorar um possível pacto com o PSOE, mas que se declaram incompatíveis entre si.
Sánchez afirmou que se reunirá na quinta-feira (4) com o líder do C's, Albert Rivera, e na sexta-feira (5) com o líder do Podemos, Pablo Iglesias.
Na terça, Iglesias recomendou a Sánchez que se distancie da hipocrisia e “não pretenda vender algo impossível”, como seria um acordo de governo simultâneo com Podemos e Ciudadanos.
Segundo ele, só há duas opções possíveis, a grande coalizão PP, PSOE e C's ou um acordo dos socialistas com o Podemos e a Izquierda Unida.
Para Iglesias, a última dessas possibilidades é a preferida das bases e dos eleitores socialistas, ao contrário do que propõem as velhas elites, como o ex-presidente Felipe González, finalizou.