Bolívia vota entre consolidar sua soberania ou a dependência

Este domingo (21) marcará o destino da Bolívia nos próximos anos, ao decidir com o voto majoritário de 6,5 milhões de cidadãos a consolidação e aprofundamento do processo de mudança iniciada em 2006 ou o retrocesso ao neoliberalismo.

Gerson Antonio Christofer Valero - Antônio Cruz/Agência Brasil

Este referendo é visto com grande atenção na região, que espera o triunfo do Sim, que permitirá modificar um artigo da Constituição para a recandidatura do presidente Evo Morales e o vice-presidente Álvaro García Linera nas eleições de 2019.

A ofensiva conservadora que os países latino-americanos imersos em um processo de transformação social enfrentam, o desenvolvimento soberano e a eliminação da pobreza, utiliza como arma estratégica os meios privados de comunicação e a guerra suja.

Nas palavras do ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, o cidadão boliviano tem sido subestimado pela direita, muito submetida aos ditames da embaixada dos Estados Unidos, e o ataque furioso que desfere está se convertendo em um bumerangue.

A população resiste heroicamente a este ataque de meios e redes sociais contra o Presidente Morales, o governo e o processo de mudança, afirmou Quintana, e vai votar após avaliar com muita inteligência os grandes avanços destes últimos 10 anos.

Tenho a impressão, disse à TeleSur, de que vão se distanciar de toda esta guerra suja e contaminação midiática, assim como dos fatos lamentáveis ocorridos na cidade de El Alto, sobre os quais temos investigações avançadas com respeito à autoria dos mesmos.

Todo este ataque midiático, precisou, tem estado muito bem organizado e planificado, não há nada casual naquilo que aconteceu nos últimos 15 dias e temos demonstrado da maneira mais objetiva a ingerência dos Estados Unidos, algo que será avaliado pelo governo na próxima semana.

Estamos enfrentando o que é quase uma caçada política, com toda a artilharia dirigida à cabeça do presidente Morales, quem tem tido uma conduta impecável, não se deixou intimidar pela guerra suja e dado respostas categóricas à insidia, mentira e difamação, sublinhou.

A direita tem agido como nunca porque se o Não perder, vão ter uma geração de políticos sem nenhuma possibilidade de competir em 2019, desprestigiados, sem relevo e reafirmados como eternos perdedores, pontuou o ministro da Presidência,.

Nunca antes existiu uma classe política tão submissa e complacente às estratégias de subversão dos Estados Unidos, completou. Tentaram destruir a Assembleia Constituinte, revogar o Presidente em 2008, e dar um golpe de Estado como na Venezuela, Equador, Honduras e Paraguai.

Este processo, recordou, resistiu ao golpe de várias províncias, a aventura separatista dos mesmos políticos que obedecem ao império, marchas, ataque da polícia, assédio de um setor das Forças Armadas, e ataques furibundos de guerra suja.

Nestes 10 anos, sublinhou, a direita tem perdido poder, prestígio, capacidade para entender o que ocorre na Bolívia, gerar iniciativas criativas para se somar a este grande projeto de construção nacional, e se converteram em seu maior obstáculo.

À submetida direita já não lhe resta escrúpulo algum e agora utiliza a máscara das redes sociais, mas estamos resistindo e o povo boliviano vai voltar a ganhar este domingo, enfatizou Quintana.

Fonte: Prensa Latina