Secitece debate estratégias para revitalização dos CVTs

Centros Vocacionais Tecnológicos atenderão áreas temáticas voltadas para as necessidades do Estado.

Secitece debate Estratégias para revitalização dos CVTs

Os Centros Vocacionais Tecnológicos coordenados pelo Instituto Centec, no âmbito da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) deverão ser revitalizados em breve. O assunto foi pauta de reunião realizada na última segunda-feira (22/02), na Secitece com a participação do secretário Inácio Arruda, do deputado Ariosto Holanda e do presidente do Centec, Francisco Viana. Para isso, já estão garantidos recursos da ordem de R$ 3 milhões, oriundos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e do governo estadual.

Criados em 2005 pelo então secretário Ariosto Holanda, os CVTs oferecem cursos de formação inicial e continuada de trabalhadores em diversas áreas. O modelo foi replicado para vários estados do Brasil. Hoje, o Ceará conta com CVTs em 38 municípios.

Nos últimos anos, o ensino técnico e profissional no Ceará ganhou novas perspectivas com a expansão da rede de atuação do Instituto Federal, hoje presente em 37 municípios e a instalação de 120 escolas profissionais. E como o CVT se encaixa nesse novo cenário? Na avaliação do secretário Inácio Arruda, é preciso repensar o papel do CVT a partir da realidade atual e corrigir o rumo de atuação para que ele volte a ganhar força e se integre a esse movimento conjunto. Uma das estratégias que está sendo elaborada pela Secitece é a tematização, de modo a preparar os CVTs para atenderem às principais demandas do Estado.

"Hoje o Ceará conta com dois cursos de pós-graduação em Energias Renováveis e um Mestrado na área de Aviação, mas não formamos nenhum auxiliar em mecânica da aviação, por exemplo. Poderíamos citar pelo menos 10 áreas importantes para o desenvolvimento estratégico do Estado a serem tematizadas. Essa mudança exige um esforço conjunto para dar um papel mais adequado à nova realidade do Estado tanto para o Centec quanto aos CVTs", aponta o secretário.

O deputado Ariosto Holanda, criador do CVT, disse que hoje esse é um tema nacional. "No âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia, estamos discutindo um padrão que pudesse ser reproduzido dentro dessa área temática para outros CVTs no país que estejam de acordo com as políticas de governo", revela. O ex-secretário da Secitece lembrou durante a reunião, o contexto da educação profissional na época de sua criação e reforçou o papel do CVT na área de extensão tecnológica: traduzir o que é desenvolvido no âmbito das universidades e institutos de tecnologia de modo que a população tenha acesso a esse conhecimento.

Segundo os dados apresentados, o Brasil tem o 7º PIB (Produto Interno Bruto) mundial, mas ocupa a 85ª posição quando consideramos o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH. "A educação, ciência e tecnologia são os melhores caminhos para diminuir essa distância", afirma. Hoje, a média nacional é de 7% de alfabetos, sendo que no Nordeste, este índice sobe para 17%. Quando observamos o analfabetismo funcional são 134 milhões de brasileiros entre 15 e 64 anos fora do mercado de trabalho, sendo que 50% estão no Nordeste.

Apesar das enormes conquistas dos últimos anos ainda há muito o que se fazer. Nos países desenvolvidos para cada profissional de nível superior, são cinco de nível médio, mas a realidade no Nordeste brasileiro é bem diferente: hoje, para cada quatro pessoas com nível superior, temos apenas um técnico de nível médio. Há carência de professores de matemática, física, química e biologia. Apenas 2% dos estudantes universitários se matriculam nas áreas de Ciências. O secretário Inácio Arruda lembrou que os cursos promovidos pela Universidade Aberta do Brasil são uma saída para solucionar esse problema e configuram outro instrumento importante com atuação direta nos municípios para fortalecer o ensino das Ciências.

Para o secretário adjunto da Secitece, Francisco Carvalho, o foco deve ser a extensão e defendeu mais parcerias com a iniciativa privada para um fortalecimento da instituição. "Precisamos ver o que a iniciativa privada quer e precisa, oferecer cursos demandados para atendê-los diretamente, prestando um serviço de excelência". Já o secretário executivo Gilvan Paiva defendeu um maior planejamento nas ações para agilizar os processos e garantir a sustentabilidade do órgão.

A reunião contou ainda com a participação do presidente do Centec, Francisco Viana e colaboradores do órgão; e dos coordenadores da Secitece, Neila Menezes (Educação Profissional); Cândido BC Neto (Educação Superior), Sandra Monteiro (Ciência, Tecnologia e Inovação), Marta Menezes (Inclusão Digital), Adeline Lobão (Desenvolvimento Institucional), dentre outros.