Parlamentares criticam ação “política” da PF contra Lula 

O dia de pouca movimentação no Congresso não impediu a forte repercussão, entre os parlamentares, da ação da Polícia Federal, na Operação Lava Jato, que incluiu a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento. O vice-líder do PT, Carlos Zarattini (SP), considerou a condução coercitiva de Lula como autoritária e desnecessária, já que, segundo o parlamentar, o ex-presidente nunca se negou a prestar depoimento. 

Líder do PT pede investigação de denúncia contra Aécio - Agência Câmara

Ele avalia que a nova fase da Lava Jato tem o objetivo de atingir Lula, o PT e a presidenta Dilma Rousseff. E a oposição reforça a ideia ao avaliar que, a partir dessa ação, o governo Dilma acabou. O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), negou que o papel da oposição é de “tirar uma casquinha” da situação, mas já anunciou qual a medida que deve ser adotada para tirar a presidenta Dilma do cargo para o qual foi eleita: novas eleições.

Para Zarattini, “é um absurdo fazer essa operação gigantesca para obter supostas provas em computadores ou nas casas das pessoas. Isso não existe como método de investigação, nós discordamos totalmente”, disse.

“Na verdade, a PF se transformou numa polícia política: estamos vendo ressuscitar o antigo DOPS e ela tem atuado absolutamente ao arrepio da lei”, completou. O Departamento de Ordem Política Social (DOPS) era um órgão que promovia a repressão política durante a ditadura militar (1964-1985).

O líder do PT, deputado Afonso Florence (BA), também considerou a investigação contra Lula ilegal e classificou a Operação Lava Jato de política. Ele convocou a militância do PT para uma vigília durante toda a sexta-feira.

“A nossa convicção é de que a democracia vencerá e essa contaminação política não prevalecerá. Portanto, vai haver a defesa jurídica; mas, na política, é importante dizer que os pobres do Brasil e o PT vão defender Lula na sua integridade moral, que está sendo atacada ilegalmente. Ele já se dispôs a prestar depoimento e já prestou; portanto, não se justifica (a condução coercitiva). É uma ação injustificada, ilegal, politicamente coordenada com ações da oposição.”