Dono de sítio pagou pela obra e nega que foi reformado pela Odebrecht

O advogado da pequena empreiteira que realizou as obras no sítio em Atibaia (SP), frequentado pelo ex-presidente Lula e sua família, José Pedro Said Junior, esclareceu que o proprietário do sítio, Fernando Bittar, foi quem pagou a reforma em sua propriedade e negou que a Odebrecht teria realizado a obra.

Sítio em Atibaia

As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (3), na Folha de S.Paulo. Segundo o advogado da empresa Rodrigues do Prado, a Odebrecht apenas fez um orçamento para uma obra no sítio assinada pelo engenheiro Frederico Barbosa, mas que não se concretizou.

Said Junior afirma que a empresa Rodrigues do Prado cobrou R$ 167 mil pela mão de obra e equipamentos usados nos serviços no sítio e que o pagamento foi feito em dinheiro. Ainda segundo Said Junior, o lucro da obra foi pequeno, “nem chegou a 10%”, disse. “Inclusive, a nota [fiscal] foi emitida em nome Fernando Bittar”, afirma o advogado.

A documentação relativa à obra será entregue pelo advogado para a força-tarefa da Lava Jato. Segundo Said, seu cliente está à disposição para prestar esclarecimentos às autoridades.

Aquisição do sítio

Como já foi declarado à imprensa, o sítio de 173 mil metros quadrados foi idealizado pelo sindicalista e amigo pessoal de Lula, Jacó Bittar, em 2010, que tinha a intenção de oferecer ao ex-presidente um local para que pudesse passar com a família após deixar a Presidência da República. Como ficou doente, Bittar teria dado o dinheiro para que seu filho, Fernando Bittar, fechasse o negócio. Como o recurso foi insuficiente, Fernando Bittar chamou Jonas Suassuna para entrar como sócio na propriedade.