Se a sociedade tivesse tanto nojo do estupro como tem da menstruação
No Brasil acontecem 527 mil tentativas ou casos consumados de estupro anualmente, destes, 89% das vítimas são mulheres. A violência faz parte do cotidiano, mas o direito de entender e discutir sobre o próprio corpo não. Na tentativa de quebrar o tabu da menstruação, a fotógrafa italiana Anna Volpi fez um ensaio forte e sensível sobre o tema. “Vemos muito sangue por conta da violência, mas ao mesmo tempo nos retraímos ao ver o sangue natural exposto”, provoca.
Publicado 08/03/2016 13:02

A jovem fotógrafa usa as lentes para expressar sua luta feminista e a necessidade de empoderamento das mulheres. No trabalho dela, aspectos da vida cotidiana que costumam ser silenciados, são abordados por ângulos mais sensíveis e naturais, no intuito de quebrar diversos tabus, entre eles a gravidez, a menstruação e o prazer sexual feminino.
Neste ensaio sobre a menstruação, Anna traz fotos fortes que tratam a questão com uma naturalidade que está longe de ser a mesma utilizada, por exemplo, pela indústria de absorventes. Ela afirma: “menstruação ainda é tabu hoje em dia. Em muitos países, mulheres são segregadas por estarem menstruadas. Até quando elas vão para o trabalho no período menstrual não falam sobre isso. Ninguém vê nada. Até comerciais usam líquido azul para demonstrar o sangramento, ao invés de vermelho. Vemos muito sangue por conta da violência, mas ao mesmo tempo nos retraímos ao ver o sangue natural exposto. Eu cheguei perto disso. Eu vi beleza nisso”.
Veja o ensaio na íntegra:
Banho
Sol
Eu
Pintura
Tato
Universo
Gosto
Veias
Desejo