Blocos e escolas abrem os trabalhos da CEE sobre Carnaval de Campinas

Aconteceu na terça (15/03), na Câmara Municipal, a primeira reunião da Comissão Especial de Estudos que analisa questões relacionadas ao Carnaval de Campinas. Participaram do encontro representantes dos blocos de rua e das escolas de samba da cidade.

Segundo o vereador Gustavo Petta (PCdoB), presidente da comissão, a primeira reunião de trabalho foi “muito proveitosa” e ajudou o grupo a direcionar os rumos a serem seguidos: “As sugestões e reivindicações trazidas pelos participantes vieram ao encontro dos objetivos que havíamos traçado”, disse.

Além dos vereadores integrantes da comissão, compuseram a mesa o Presidente do Conselho do Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra de Campinas, Tagino Alves dos Santos, e do Presidente da Liga das Escolas de Samba de Campinas, Edson Joia. Nas palavras de Joia, a comissão era uma demanda antiga da Liga: “Infelizmente, Campinas nunca valorizou o potencial das escolas, deixando-as em segundo plano no Carnaval. É preciso pensar em um plano que as inclua no dia a dia das comunidades”, afirmou.

Dentre os objetivos da comissão, conforme anunciou Petta, estão apontar caminhos que levem à profissionalização das escolas de samba – para que não dependam exclusivamente da verba pública –, fortalecer e valorizar os blocos de rua – obrigando o poder público a tratá-los não como um problema de segurança, mas como manifestações culturais legítimas da sociedade, e a construção conjunta de um projeto de lei ou decreto que sistematize o planejamento do Carnaval, evitando improvisos ou conflitos alheios à natureza da festa.

Entre os participantes que usaram a palavra, Alessandra Gama, do Bloco Ibaô, disse que blocos e escolas necessitam de uma política municipal específica e defendeu que sejam reconhecidos como patrimônios culturais imateriais do povo campineiro. Maria Ester Januário, do Bloco Tomá na Banda, lembrou que os blocos de rua nasceram do descaso da Prefeitura para com o Carnaval – “numa época em que não havia nada” – e que os mesmos devem manter sua autonomia e liberdade para buscar recursos. Alceu Estevam, do Bloco Urucungos, afirmou que o mais importante seria a aprovação do Conselho Municipal de Cultura: “Caso contrário, a sociedade nunca terá o direito de decidir sobre como será investido o dinheiro público no Carnaval”, disse.

Gustavo Petta avisou que todas as sugestões e propostas serão levadas em conta e apresentadas aos secretários municipais de Cultura, Turismo e Segurança na próxima reunião do grupo, marcada para o dia 29 de março, às 18h, na Câmara Municipal: “A ideia é ampliar o debate junto aos órgãos públicos para que possamos encontrar um termo em comum e buscar melhorias efetivas para o Carnaval de Campinas”, afirmou.

De Campinas,
com texto da Assessoria de Imprensa do vereador.