Em Brasília, dirigente na CTB defende unir povo pela democracia

“É preciso derrotar o golpe e apontar um caminho de unidade ao povo para a defesa da democracia, da soberania, da Petrobras e do direito dos trabalhadores”, afirmou Paulo Vinicius, dirigente da CTB, durante o ato desta sexta (18), em Brasília, contra o impeachment da presidenta Dilma Roussef.

Ato Brasilia

A mobilização reuniu quase 50 mil pessoas na capital federal. A concentração ocorreu em frente ao Museu da República, início da Esplanada dos Ministérios. De lá, os manifestantes seguiram até o Congresso Nacional, sob faixas e palavras de ordem contra a tentativa de políticos da oposição, apoiados pela mídia e setores do judiciário, em instalar o golpe no País, derrubando um governo eleito pelo voto popular.

No Distrito Federal, o ato teve a participação do ex-ministro Gilberto Carvalho, que chefiou o gabinete de Lula durante o seu governo, além de deputados do PCdoB e do PT, que fizeram discursos e dividiram o carro de som com artistas locais. Durante a concentração no museu, um palco foi montado e artistas locais apresentam músicas e puxaram os gritos da multidão contra o golpe.

A mobilização, organizada pela Frente Brasil Popular, colocou milhares de estudantes, trabalhadores e militantes nas ruas do planalto central. A Frente, composta por mais de 60 organizações sindicais, entre elas, a CTB, movimentos sociais e entidades estudantis luta contra a ofensiva conservadora e antidemocrática que atinge o País na atual conjuntura.

Apesar da posição contrária ao golpe e a favor do governo, a FBP contesta a política econômica aplicada pelo governo e condena propostas que ameaçam os direitos dos trabalhadores, como a Reforma da Previdência.

Durante discurso, Paulo Vinícius enfatizou a luta da CTB, entidade precursora da FBP, a favor da democracia e da classe trabalhadora. “A CTB ajuda a construir a unidade popular para enfrentar a direita fascista. Organizamos marchas em todas as regiões do País para dizer que não vai ter golpe", destacou.

Para o sindicalista, aqueles que apoiam o golpe, orquestrado por Eduardo Cunha e outros políticos corruptos, ao contrário do que apregoam, não defendem o Brasil, pois tal atitude ameaça gravemente o futuro do País.

“Eles não têm o direito de levantar a Bandeira Nacional – querem entregar o pré-sal, atacar o salário mínimo, promover a terceirização infinita. Não querem o direito das mulheres, dos negros, homossexuais, lésbicas, e de toda a população brasileira que sofre. Querem um país onde o negro e o pobre não freqüentem a universidade e as mulheres não assumam o poder. Na marcha deles, mais do que a luta pela ética, tem o ódio ao pobre, o desejo da "casa grande" de revogar o fim da escravidão. Querem o país do latifúndio, da subnutrição e da fome, que nós vencemos", declarou, em discurso bastante aplaudido pelos manifestantes.

No dia 31 de março, data em que ocorreu o Golpe Militar de 64, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizarão mais um grande ato, dessa vez em Brasília. Representantes do movimentos, de todos os estados, e a população em geral estarão reunidos no DF para mais um protesto contra a interrupção do mandato de Dilma.