Eronilde: uma pré-candidata do povo e para o povo 

Mais de 300 pessoas estiveram reunidas para prestigiar a filiação de Eronilde que integra o PCdoB de Goiás como pré-candidata a vereadora para as eleições municipais de 2016. Ela pretende fazer um mandato com participação popular, se colocando como representante das periferias.


Eronilde e Isaura Lemos
 

Na noite de 28 de março, uma festa com cerca de 300 pessoas foi realizada na casa de Eronilde da Silva Nascimento no bairro Real Conquista. Ela se filiou ao PCdoB e se lança como pré-candidata com a intenção de disputar as eleições municipais como vereadora em 2016. A comemoração da filiação, prestigiada por tantos moradores do bairro, mostra o fortalecimento do partido e o prestigio de Eronilde junto à comunidade do bairro Real Conquista.

“Estou me filiando ao PCdoB porque essa é a minha visão política, um partido democrático e que defende o estado democrático de direito, por isso não tive dúvidas. Já sou militante das lutas populares defendendo a causa do povo. Venho como pré-candidata representar a periferia e vejo meu mandato diferenciado, saindo do povo e para o povo” explica Eronilde.

Eronilde é diretora do Instituto Memória e Resistência, ativista na luta por memória e justiça do massacre das famílias sem teto da comunidade Sonho Real em 2005. A pré-candidata teve seu companheiro assassinado na Operação Triunfo que despejou mais de 3 mil famílias de suas casas na Ocupação Sonho Real, no Parque Oeste Industrial, em Goiânia em 16 de fevereiro de 2005 e se tornou uma líder comunitária na busca por melhores condições para o bairro e pela mobilização da população.

“Venho com um projeto de um mandato popular que nasce do povo e para o povo. Eu sou da periferia e vivo essa realidade. Sei de fato do que precisamos. Chegou a hora da periferia ter voz e quero ser essa voz, representando o meu povo das periferias de Goiânia” destaca Eronilde.

Sonho Real:11 anos de impunidade

Em fevereiro completaram-se 11 anos da Operação Triunfo, que despejou mais de 3 mil famílias na Ocupação Sonho Real, no setor Parque Oeste Industrial, em Goiânia. Na operação, que foi comandada pela Polícia Militar do Estado de Goiás, dois moradores foram assassinados, Pedro Silva do Nascimento e Wagner Moreira da Silva e incontáveis danos físicos, psicológicos e materiais para cerca de 14 mil moradores da área. Pedro era marido de Eronilde.

Com a tentativa de fazer esquecer a desocupação do Sonho Real foi criado o Setor Real Conquista. “Hoje, o governo do estado quer que o Setor Real Conquista seja uma pedra sobre a memória da luta por moradia em Goiás. Apesar de ter sido construído como uma espécie de indenização para as vítimas do Massacre do Sonho Real, famílias que depois do despejo e da destruição de suas casas passaram aproximadamente 3 anos resistindo em ginásios e acampamentos para garantir seu direito, as casas do setor foram entregues pelo governador Marconi Perillo como presentes do estado, sem nenhuma menção a todo o processo de violência e luta pelo qual essas pessoas passaram” explica Eronilde.

Diante de tanta dor e sofrimento, Eronilde se fez uma liderança no bairro e luta pela memória das vítimas, pelo não esquecimento daquela tragédia que se deu pautada em interesses da iniciativa privada em desocupar a região do Parque Oeste Industrial e ainda na luta pelas melhorias que o Real Conquista necessita para dar condições dignas a sua população.

 

Pessoas reunidas para a filiação de Eronilde ao PCdoB