Evaldo Lima: “Golpistas comemoram cedo, a luta continua!”
Em pronunciamento realizado na última terça-feira (19/04), o vereador Evaldo Lima (PCdoB), condenou o resultado da votação do impeachment. “O atentado contra a democracia atingiu não apenas os mais de 54 milhões que votaram em Dilma Rousseff em 2014. Atingiu também aqueles que, tendo feito outras opções eleitorais, não aceitam o golpe disfarçado de legalidade e o rompimento da ordem constitucional”. Leia a seguir na íntegra:
Publicado 19/04/2016 22:52 | Editado 04/03/2020 16:24

A sessão da Câmara dos Deputados, do último domingo (17), será lembrada como um dos mais tristes capítulos da história do parlamento brasileiro. Uma maioria de deputados, mobilizados pelo espírito de vingança de Eduardo Cunha, um presidente atolado em denúncias, deu admissibilidade a um processo de impedimento contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff.
Os debates na Comissão Especial e no Plenário daquela Casa demonstraram que a presidenta não cometeu crime de responsabilidade, única hipótese constitucional para o impeachment. O impeachment fraudulento é um golpe na Democracia e no Estado de Direito.
Dilma, a primeira mulher a ser eleita presidente do Brasil, venceu um câncer, foi presa e torturada durante a Ditadura Militar e, em sessão vergonhosa da Câmara, mais uma vez foi torturada, não só pelo resultado da votação, mas também quando um fascista evocou a memória do seu torturador. A Avenida da Universidade, palco em fortaleza da resistência contra o golpe, respondeu a provocação em um coro de muitas vozes e sonhos: fascistas não passarão!
O atentado contra a democracia atingiu não apenas os mais de 54 milhões que votaram em Dilma Rousseff em 2014. Atingiu também aqueles que, tendo feito outras opções eleitorais, não aceitam o golpe disfarçado de legalidade e o rompimento da ordem constitucional.
Foi um golpe contra o Estado de Direito e contra a mobilização democrática, que há tempos não se via no Brasil.
Há alguns meses o país assiste a uma verdadeira comoção que fez virem à tona os melhores sentimentos de nosso povo: a pluralidade, a tolerância, o respeito com atores que pensam diferente, o espírito democrático, a solidariedade com os mais humildes, o patriotismo e a vontade de lutar por um país melhor. Artistas, intelectuais, trabalhadores e trabalhadoras, jovens, movimentos populares. Tudo isso foi desconsiderado pela maioria dos deputados.
Esta batalha na Câmara foi perdida pelas forças democráticas, mas como diz o poeta, “Se você achar que eu estou derrotado saiba que ainda estão rolando os dados porque o tempo não para”.
A luta continua. A única luta que se perde é aquela que se abandona!
A mensagem do PCdoB é de que o combate não terminou. A luta democracia versus golpismo prossegue. O golpe poderá ser barrado, agora, no Senado Federal, ou na fase de instauração do processo ou na fase de julgamento. Dilma Rousseff permanece sendo a presidenta do Brasil e há novas páginas dessa história que serão escritas nas duas votações que ocorrerão no Senado Federal nos próximos dias.
Para barrar o golpe contamos com parlamentares aguerridos e dispostos ao bom combate. Mas, principalmente, precisamos ocupar as redes e as ruas com nossas juventudes, movimentos sociais, homens e mulheres que defendem a Democracia.
Para que o povo possa vencer os golpistas é preciso colocar em um patamar ainda maior a luta democrática e popular. Essa jornada de luta por liberdades, que já é das mais expressivas e bonitas da história do país, precisa se multiplicar em força e alcance, trazer para as ruas os novos indignados, com a farsa e espetáculo sem graça, comandado por um ator canastrão Eduardo Cunha em conluio com Temer e Aécio.
Como diz Thiago de Melo, “Faz escuro, mas eu canto porque amanhã vai chegar". Não vai ter golpe. Dilma fica! Viva a democracia!