Adilson Araújo: “CTB não reconhecerá nenhum governo golpista”
“A CTB não reconhecerá nenhum governo golpista”, reafirmou Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), durante coletiva à imprensa organizada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, nesta quarta-feira (27).
Publicado 28/04/2016 14:09
As três centrais presentes (CTB, CUT e Intersindical) unificadas reafirmaram sua luta contra o golpe e pela democracia e destacaram que o 1º de Maio, que ocorrerá no próximo domingo, será a largada para uma jornada de lutas pelo Brasil. Os dirigentes também deslegitimaram, em tom único, um possível governo Temer.
Na oportunidade, Araújo esclareceu o que está por trás da proposta “Ponte para o Futuro”, de Michel Temer, e denunciou que os apoiadores do golpe querem implementar uma agenda conservadora, que rasga a CLT e a Constituição e retira os direitos sociais conquistados no último período. “Eles querem impor a receita do FMI, a mesma que já foi derrotada. Temos de fazer de tudo para segurar o pouco que nós conquistamos e não permitir a ruptura do Estado Democrático de Direito.”
Ao apontar o discurso da modernização defendido por Temer e Paulo Skaff, por exemplo, o presidente da CTB alertou: “Modernização do trabalho é rasgar a CLT, permitir a terceirização de forma irrefreável, vender 13º, férias. O que se esconde por trás do discurso de modernização e do patinho feio da Fiesp é a escravidão moderna”. E emendou: “Este será um dos 1º de Maio mais politizados da história, um 1º de Maio de resistência e defesa dos direitos da classe trabalhadora e da democracia”.
Segundo ele, o ato de domingo em São Paulo, no Vale do Anhangabaú, terá um caráter de “assembleia popular”, contra o golpe e em defesa dos direitos sociais. “Não há nenhum crime de responsabilidade da presidenta Dilma, e ela está sendo ‘impitimada’ por um Congresso ilegítimo e comandado por um bandido”, criticou o cetebista. “Quem quiser governar o país que vença as eleições de 2018.”
O secretário-geral da central, Sérgio Nobre, presente na coletiva, criticou a reunião de algumas centrais sindicais com Michel Temer. “Nós respeitamos a autonomia de cada central, mas achamos um erro.” E destacou: “É golpista [Michel Temer] e receberá o tratamento de golpista”.
Na mesma linha, o secretário de Relações Internacionais da Intersindical, Ricardo Saraiva, o Big, afirmou que os trabalhadores estão nas ruas e não sairão até derrotar os golpistas. “Não apoiamos o governo Dilma, mas reconhecemos que o impeachment em curso é um golpe.” “É verdade que está previsto na Constituição, mas não se pode fazer impeachment sem um crime de responsabilidade. E mais, não será somente um golpe contra a esquerda ou contra a Dilma, é contra a classe trabalhadora.”
1º de Maio
De acordo com as centrais, cerca de 60 entidades estão envolvidas na organização do evento, que ocorrerá por todo o país. O ato político está previsto para começar às 11h e encerrar às 14h e está confirmada a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presidenta Dilma Rousseff foi convidada.
Após o ato, os trabalhadores e trabalhadoras serão brindados com as apresentações musicais, com Beth Carvalho, Chico César, Detonautas e Martinho da Vila.