CPT: impeachment é golpe fatal nos direitos dos povos do campo 

Participantes da Assembleia Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgaram nota nesta quinta-feira (28) com o título “O Senado vai assegurar o processo democrático?”, em referência ao processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff. A  Assembleia está reunida em Luziânia (GO) desde o dia 26 de abril em um encontro que prossegue até esta sexta-feira (29).  Para os integrantes, a efetivação do impeachment será um golpe fatal nos direitos dos homens e mulheres do campo. 

Deputados votam pelo sim. - Foto: Antonio Augusto/ Câmara dos Deputados

A nota reivindica que o Senado haja de maneira diferente da postura da Câmara dos Deputados que, no texto da nota, é classificada de “deprimente espetáculo que a nação brasileira e o mundo acompanharam”. Para a CPT o Senado precisa recuperar a credibilidade do Congresso Nacional, ridicularizada pela Câmara no dia 17 de abril, quando aprovou a admissibilidade do impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.

Compromisso com homens e mulheres do campo
“A dignidade do povo brasileiro precisa ser resgatada para que os direitos dos mais frágeis de nosso País sejam resguardados, garantidos e para não sermos taxados como uma ‘república de bananas’. Ainda mais, como os senhores (senadores) e as senhoras (senadoras) responderão à história pela substituição de uma pessoa honesta, como dizem muitos até da oposição, por figuras claramente involucradas em denúncias e em casos de corrupção?”, diz a nota.
 
A CPT reafirmou o compromisso histórico e atual da entidade com os homens e mulheres do campo e suas organizações e disse não ter compromisso com qualquer governo ou partido. “Por isso tem se manifestado criticamente em relação a todos os governos nestes 40 anos de sua história, inclusive os de Lula e Dilma”. 
Atentado à democracia
Por outro lado, a entidade lembrou que “diante do quadro político nacional, sustenta que o processo de impedimento é um atentado à ordem democrática. E é inqualificável pelo fato de ser julgada sem que sobre ela pese qualquer acusação de crime ou de enriquecimento ilícito, ou de malversação de recursos públicos”.
 
A CPT prossegue dizendo que “tem certeza que esta mudança será um golpe fatal nos direitos duramente conquistados e inscritos na Constituição Federal, sobretudo pelos indígenas, quilombolas e as demais categorias de camponeses”. A entidade defende “urgente reforma política que garanta mecanismos de maior participação popular nos destinos da nação.”