Stédile: É preciso acabar com o monopólio da Globo

Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (28) em Curitiba (PR) no Sindicato dos jornalistas do estado, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, João Pedro Stédile disse que superada a crise política, os temas essenciais da pauta nacional devem ser a reforma política e dos meios de comunicação. Ele citou especialmente a rede Globo que, na opinião dele, conduz o comportamento dos brasileiros através da “ideologia e manipulação”.

Por Railídia Carvalho

João Pedro Stedile Sindijor pr

"A grande imprensa não só se assumiu como golpista, como ela é a direção política do golpe”, declarou Stédile. Para ele é preciso quebrar “de uma vez por todas esse monopólio da Globo que age, não como quinto poder como se dizia nas escolas de jornalismo, age como primeiro poder, dirigindo através da ideologia e da manipulação o comportamento da sociedade”, completou.

O dirigente do MST tem falado reiteradamente sobre a reforma política e dos meios de comunicação. “Se não houver a reforma política e a reforma dos meios de comunicação nós não teremos uma sociedade democrática”, afirmou em ato em São Paulo em fevereiro deste ano. Naquela ocasião, ele disse que essas reformas só virão com uma nova fase do movimento social chamada por ele de “reascenso das massas”.
Para lembrar a guerra contra os professores do Paraná
A coletiva de imprensa desta quinta-feira, que contou com as presenças de Hermes Leão (Fórum de Lutas 29 de Abril/APP-Sindicato) e Regina Cruz (CUT), além de Stédile, faz parte do calendário de iniciativas para relembrar o massacre do dia 29 de abril de 2015, quando a polícia militar do estado espancou centenas de professores que protestavam em frente à Assembleia legislativa do Paraná.
 
“É um dia de luta, que não dá para esquecer. Iremos sempre relembrar este massacre ordenado pelo governador Beto Richa (PSDB), assim como nunca esquecemos o 30 de agosto de 1988, quando, em um ato semelhante, o então governador Álvaro Dias mandou a polícia militar para cima dos professores”, explica Leão.
Para Stédile, o massacre dos professores é algo que não tem explicação. “Qual governo democrático reprime uma parcela importante da sociedade deste jeito? O governador simplesmente manchou a história do Paraná com uma violência sem igual”, opina. Cruz também compartilha deste posicionamento do líder do MST. “Não podemos achar normal a PM dar tiros em professores. Teremos que relembrar esta data sempre, para evitar que ela venha a ocorrer”, observa.
Nesta sexta-feira (29), está programada uma caminhada às 10h, apresentações no local do massacre às 12h e um show com a banda Detononautas, às 15h30, no Centro Cívico.