Direitos das Mulheres: Impeachment é retrocesso, diz dirigente da CTB 

A Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) participou nesta segunda-feira (2) do debate Democracia e Direitos Humanos – Direitos das Mulheres, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. Na avaliação da dirigente da CTB, Ailma de Oliveira, o impeachment  ameaça a democracia brasileira e os direitos conquistados pelas mulheres,especialmente os avanços da última década. O debate foi proposto pelo presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS).  

Ailma de Oliveira

Para Ailma, "no Brasil, as conquistas pelos Direitos Humanos contemplam a luta das mulheres pela cidadania. Desde o final do século 19, as mulheres se mobilizam pelos direitos civis, politicos e sociais. Muitas batalhas foram vencidas, mas a marca da desigualdade ainda está presente na sociedade brasileira, em especial nos espaços de poder. Muita luta foi feita para que chegássemos à Constituição de 88 e o direito à eleição direta para presidência da República é uma conquista do povo brasileiro. Este novo golpe que está sendo imposto pode ser a retirada da pequena democracia que temos ainda em nosso País. Temos consciência de que somente nos períodos democráticos é que a sociedade avançou no reconnhecimento daquilo que é humano, em especial as conquistas das mulheres, ressaltou Ailma.

De acordo a cetebista, "a forma ilegal como está sendo conduzido o impeachment da presidenta Dilma, eleita democraticamente por mais de 54 milhões de brasileiros, significará um retrocesso, não somente para quem a elegeu, mas para as conquistas das mulheres, da nossa juventude, das nossas crianças, da sociedade que precisa que a democracia ainda aconteça".
Durante a interferência, Ailma destacou ainda as informações do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) sobre os mais de 55 projetos de lei que ferem direitos das mulheres e trabalhadores, em tramitação no Congresso. "É necessário que a sociedade brasileira saiba o risco que a liberdade democrática corre e que, inclusive, a livre manifestação pode deixar de existir. Com o golpe, essas pautas nefastas contra a sociedade podem se concretizar. Somos contrárias ao impeachment da Dilma. Lutamos pela democracia, pelo Estado Democrático de Direito e exigimos o avanço das nossas conquistas", alertou.
Ao final da audiência, Ailma seguiu para o plenário do Senado, onde participou de uma homenagem promovida pela Casa ao Dia do Trabalhador.