Negociado sobre legislado vai impactar todas as categorias

Não importa a categoria profissional. É certo que todas sofrerão impacto, caso a proposta do Plano Temer de prevalência do negociado sobre o legislado seja levada a cabo. "Algumas mais que outras", afirma Marcos Verlaine, analista político, jornalista e assessor parlamentar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

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"O impacto da proposta na vida do trabalhador vai depender da força de sua categoria. Metalúrgicos e químicos, por exemplo, que têm musculatura sindical mais organizada, podem sofrer menos. Mas as categorias que são mais pulverizadas, ou o trabalhador do campo, como ficam? Esses trabalhadores vão sofrer um duro golpe", avalia Verlaine.

 
O consultor do Diap considera o “Uma ponte para o futuro” nocivo aos trabalhadores. "Em que pese o fato de o documento dizer que vai garantir direitos básicos, essa é uma proposta que desmonta direitos trabalhistas", opina.
 
Fracionamento do 13º

Para explicar o que pode acontecer com o trabalhador, caso o negociado sobre o legislado passe a ser regra, Verlaine usa o 13º salário como exemplo: "Esse benefício poderá ser fracionado ao longo do ano. Aí, acaba o sentido do 13º. Muitos trabalhadores utilizam o pagamento extra para saldar dívidas e programar a vida no ano seguinte. Fracionar o 13º significa perdas para o trabalhador".
 
Verlaine acredita que o único beneficiário da proposta será o capital. "Vai ser o primado dos interesses dos empresários sobre os trabalhadores", declara. Para o analista político a tendência é ficar cada vez pior. E sentencia: "Será um desastre".
 
Congresso desfavorável

O jornalista afirma que é momento do sindicalismo mostrar força: "O movimento sindical vai ter muito trabalho junto ao Congresso pra reverter a situação. Afinal, temos uma Casa de Leis conservadora, que está muito ligada ao capital. Será uma tragédia se esse projeto for adotado".