Plano Temer: Sindicalistas debatem em SP o "pacote de maldades"

Sindicalistas de diversas categorias participaram, nesta quinta-feira (05), de debate promovido pela Central de Trabalhadores e Trabalhadoras de São Paulo (CTB-SP) sobre o plano Temer ou projeto Ponte para o Futuro. O encontro foi realizado no Sindicato dos Marceneiros de São Paulo, na capital paulista. A intenção foi fomentar e fortalecer o debate sobre os desafios que a classe trabalhadora terá que enfrentar a partir de um eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB).

CTB SP debate plano temer e ameaça a direitos trabalhistas - CTB
“É um debate oportuno para compartilhar experiências e se armar para enfrentar esse período difícil que se aproxima. É necessário que estejamos preparados para retomar a luta”, analisou Onofre Gonçalves.
 
A mesa foi composta por Adilson Araújo, presidente nacional; Nivaldo Santana, vice-presidente; Celina Arêas, secretária de Formação; Onofre Gonçalves, presidente estadual; Gicélia Bitencourt, secretária estadual da Mulher; e Antônio Lopes, presidente do Sindicato dos Marceneiros.
 
Não aceitaram a derrota nas urnas
 
“Vivemos o período mais grave desde a instauração da Ditadura Militar. Conclusão do golpe e ataque à democracia com a articulação do judiciário, mídia, parte do setor público e partidos de oposição. Esse bloco oposicionista não aceitou a derrota nas urnas e desde a vitória do presidente Lula tenta retomar o poder de qualquer forma”, analisou Nivaldo Santana ao analisar as diversas tentativas de desgaste do governo.
 
O ponto principal da atividade foi a possível retomada de um projeto neoliberal, expressa no documento “Ponte para o Futuro”, lançado pelo vice-presidente Michel Temer e as evidentes ameaças aos direitos trabalhistas contidas em suas supostas propostas para o país superar os reflexos da crise econômica internacional. 
 
“Não vemos perspectivas de melhora a curto prazo, pelo contrário, vamos entrar em um período complexo e muito difícil para a classe trabalhadora. A luta esta recomeçando. Já fizemos essa luta e vamos fazer de novo. É só analisar as propostas do plano Temer, inclusive para o sistema previdenciário, que dificultara ainda mais a aposentadoria para mulheres e jovens”, alertou Antônio Lopes.
 
PSDB e PMDB contra o Brasil
 
O projeto “Ponte para o Futuro” criticado por especialistas, sindicalistas, juristas e economistas apontam para um regresso neoliberal, que prevê desnacionalização da economia, ameaça aos direitos sociais e um esforço exagerado de alcançar ajuste fiscal a qualquer custo, visando preservar os interesses do sistema financeiro, mesmo que isso signifique colocar em risco políticas públicas fundamentais e conquistas trabalhistas históricos. 
 
Como analisou o presidente nacional da CTB, em sua apresentação. Adilson Araújo detonou os projetos da direita que atacam direitos da classe trabalhadora. “O que está em risco são conquistas históricas da classe trabalhadora. Há uma ameaça a tudo que conseguimos conquistar até hoje. É uma tragédia anunciada e penso que o movimento sindical deve se apropriar desse momento para fazer esse debate”, opinou Adilson Araújo.
 
O dirigente listou os principais riscos postos aos trabalhadores e trabalhadoras, com os projetos em tramite tanto na Câmara como no Senado Federal e a difícil correlação de forças no Congresso Nacional que tende a se agravar.
 
Adilson citou alguns dos 55 projetos que ameaçam os direitos trabalhistas com a eminente flexibilização e até retirada de direitos. Entre os pontos abordados por Araújo estão a reforma política, ampliação desenfreada da terceirização, a lei de responsabilidade fiscal, regulamentação e redução da idade para entrada no mercado de trabalho, prevalência do negociado sobre o legislado, ou seja, a dita modernização do trabalho, que prejudica trabalhadores em benefício do capital e o aumento dos lucros.
 
55 ameacas
 
“A gente vai ter que exercitar esse direito de debater e de politizar. Porque há uma ameaça a tudo que conseguimos conquistar e todo esforço remete que estejamos vigilantes. Vai ser interessante fazer esse debate e resgatar papel do sindicato voltado à ao local de trabalho. E vai ser bom que cada sindicato possa fazer esse debate. Cumprimos com nossa obrigação quando fortalecemos nosso laço de unidade e solidariedade da classe trabalhadora”, afirmou Adilson, que terminou convocando para a mobilização do dia 10 de maio, dia Nacional de Lutas em Defesa dos Direitos, parte da agenda de lutas construída pela Frente Brasil Popular, que reúne mais de 70 entidades dos movimentos sociais e sindical, entre elas a CTB.
 

“A data tem um sentido histórico, tendo em vista a votação do processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff. Repudiamos o golpe em curso no país e conclamamos nossas bases para a luta. A CTB sabe de que lado da história quer ficar e marcharemos ao lado de todos e todas que sabem o valor e perigo que a democracia sofre nesse momento", afirmou o líder cetebista.