Temor de retrocesso em avanços sociais marca Conferência de Mulheres

 


O repúdio ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e o temor de retrocesso nas políticas sociais marcaram a abertura terça-feira (10) em Brasília, da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres.

A deputada federal Angela Albino (PCdoB-SC) participou do encontro com mais de três mil mulheres de diferentes classes sociais e provenientes das mais distintas localidades do País que manifestaram solidariedade à presidenta em posição contrária a votação, no Senado, do afastamento de Dilma da Presidência em decorrência do processo por suposto crime de responsabilidade.

Durante o evento, as mulheres lembraram políticas executadas desde 2003 que valorizaram e deram poder ao sexo feminino. Ao mesmo tempo, demostraram temor de recuo nessas ações.

“O que está em jogo neste momento político difícil do país não é apenas a retirada da primeira mulher eleita presidenta do Brasil do cargo, sem a comprovação de um crime, mas sim o iminente risco de retrocesso das conquistas sociais e históricas dos últimos 13 anos”, observa a parlamentar catarinense.

Entre elas estão as leis Maria da Penha (sancionada em 2006 no governo do ex-presidente Lula) e a do feminicídio (sancionada em 2015 pela presidenta Dilma).

Dilma é aclamada

Recebida com muito carinho pelas delegadas presentes a presidenta Dilma Rousseff foi aclamada pelo plenário da conferência que em uníssono entoava “fica, querida” e enfatizou que seguirá lutando pelo seu mandato e pela democracia. “Carrego comigo os 63 milhões de brasileiros que não tinham atendimento médico e agora têm pelo Mais Médicos. Carrego em mim a força de vida dos 33 milhões de brasileiros que saíram da pobreza. Carrego comigo a força das mulheres e também dos homens que se tornaram protagonistas dos seus direitos nos últimos 13 anos.

A 4ª Conferência Nacional de Política para Mulheres discute neste ano o tema “Mais Direitos, Mais Poder e Mais Participação para Mulheres”. Para algumas das participantes da 4CNPM, o processo que Dilma enfrenta se deve, em grande parte, pelo fato de a presidenta ser mulher.

“Não tenho dúvida de que a forma como os ataques a presidenta Dilma são efeitos está ligada a questão de gênero. Os adjetivos grosseiros utilizados contra ela e quem defende o seu mandato conquistado com mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras demonstram um componente de machismo no golpe que não quer permitir que a primeira mulher eleita presidenta do Brasil conclua seu governo”, enfatiza a deputada Angela.

Com informações da Presidência da República e da assessoria de comunicação da deputada federal Luciana Santos (PCdoB-PE)