Armando Monteiro: Impeachment de Dilma abre precedente gravíssimo

O senador Armando Monteiro (PTB-PE), que exerceu até 10 de maio o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, classificou o impeachment de Dilma Rousseff como abertura de "gravíssimo precedente" de ruptura na ordem institucional do país. Ele rejeitou as acusações de crime de responsabilidade e frisou que Dilma é submetida a um juízo eminemente político, permitido por uma legislação inadequada às circunstâncias de hoje.

Armando Monteiro

Armando Monteiro cumprimentou o governo pelo "apoio irrestrito" que recebeu como ministro e destacou o esforço de Dilma para equilibrar as contas do país: em sua opinião, a presidente sempre se inclinou por uma posição mais favorável do ponto de vista fiscal, ainda que pudesse desagradar a alguns setores.

“O governo teve a coragem de eliminar subsídios e de promover forte contingenciamento que representou em 2015 uma redução de quase 10% dos gastos discricionários”, disse. Segundo ele, o governo tomou outras importantes medidas — mas “algumas não se completaram” devido à turbulência no cenário político.

O senador, porém, lamentou que a disputa política no Congresso tenha levado à aprovação de projetos que não se conformavam com a responsabilidade fiscal, como as novas regras para reajuste de servidores do Poder Judiciário e de aposentados e pensionistas.

Ele acrescentou que a abertura de créditos suplementares não afetou a meta de superávit e não pode ser alegada como pressuposto jurídico do impeachment.