Fusão do MinC com Educação é retrocesso, diz Marcelino 

Uma das principais reivindicações da classe artística de Pernambuco é a concessão de incentivos e as políticas públicas em prol da cultura. Após a confirmação da fusão do Ministério da Cultura com o da Educação, sendo ministro o deputado federal Mendonça Filho (DEM), ocorreram várias manifestações de insatisfação com a medida por parte de artistas, produtores e dirigentes do setor. O Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura divulgou nota de repúdio.

Pernambuco

Em entrevista ao Portal LeiaJá, o secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelino Granja, afirmou que a decisão foi extremamente impensada e significa um retrocesso drástico das políticas públicas destinadas ao setor. “Nossa posição é de total repúdio à decisão de Temer. Trata-se de um retrocesso às conquistas que tivemos e mostra ainda mais a ausência de visão do novo governo. É uma ameaça para a Cultura”, criticou.

O gestor estadual de Cultura destacou ainda as mudanças ocorridas nos últimos anos, bem como as expectativas com o "novo" governo. “Tivemos um desenvolvimento muito positivo nos últimos anos nas políticas culturais, com a criação do MinC, que sempre desenvolveu projetos e ações humanistas. Porém, com a fusão dos ministérios as expectativas são as piores possíveis”.

Para Marcelino Granja, o processo de impeachment provocou uma desestabilização econômica drástica, que afetará todas as áreas. “Disseram que o processo de impeachment não seria doloroso, mas isso é inevitável e refletirá diretamente na economia e na lógica de desenvolvimento de todo o sistema”, afirmou. Segundo o Portal, Marcelino avaliou também que "a oposição à presidenta Dilma agravou ainda mais a instabilidade do país. Além disso, o governo de Temer é ilegítimo, impostor e acima de tudo fruto de uma manobra parlamentar, porque a presidenta não cometeu nenhum crime”.

Quanto à perspectiva de reivindicações da classe artística do estado ele alertou: “Todas as mobilizações culturais sempre foram marcadas por muitas lutas e isso não vai mudar. Acredito que a tendência é aumentar com a fusão dos ministérios, uma vez que, se já é difícil convencer a sociedade e o governo de investir na cultura, imagine com a ‘extinção’ de uma pasta específica?", indagou. "O que vamos fazer é lutar", garantiu Marcelino.

Leia a carta de repúdio do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura.
static1.leiaja.com/sites/default/files/anexos/2016/05/12/forum-carta-aberta.pdf

Audicéa Rodrigues, com informações do Portal LeiaJá
Do Recife