Bertotti: Não admitimos um presidente ilegítimo, queremos democracia  

Segundo ele, a Plenária de Quadros e Militantes teve o objetivo de mobilizar o conjunto das bases comunistas que atuam no Recife, como as dos professores universitários da UFPE e da UPE – Universidade de Pernambuco; sindicalistas de várias categorias, além de membros das bases da frente institucional do PCdoB na cidade.

Na reunião, Alanir Cardoso, presidente estadual do partido; Luciano Siqueira, vice-prefeito do Recife e dirigente comunista; e Luciana Santos, deputada federal e presidenta nacional do PCdoB, fizeram as intervenções políticas. Eles analisaram o grave momento político em que vive o Brasil com o golpe de Estado que se instalou a partir do afastamento da presidenta Dilma Rousseff do cargo, pelo Senado Federal, sem que ela tenha cometido nenhum crime de responsabilidade.

De acordo com a Constituição Federal, apenas o cometimento de crime de responsabilidade é causa/motivo para o afastamento do presidente da República, o que não ocorreu neste caso. "Trata-se de um golpe político porque quem assumiu foi o vice-presidente eleito com a presidenta Dilma, que assumiu o governo com base na ilegalidade do processo que tramitou no Congresso Nacional e, sobretudo, com um programa de governo diferente do que foi aprovado nas urnas em 2014", destaca Bertotti

Debate com as bases
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"É por isso que o PCdoB reuniu seus militantes e seus quadros, para que possamos fazer esse debate com as bases do partido, reunir nossa militância, ampliar as ações da Frente Brasil Popular e entrar em uma nova fase da luta, que é combater um programa que não foi eleito em 2014, garantir que possamos denunciar de fato a natureza desse presidente ilegítimo, que é Michel Temer, e garantir que a presidenta Dilma Rousseff possa retomar o seu mandato", explica o dirigente municipal.

Ele lembra ainda que o PCdoB já cumpriu o papel de juntar as lideranças políticas do país e levantar a consciência democrática que hoje une cientistas, artistas, intelectuais, movimentos populares na continuidade da luta para denunciar o golpe.

"Sabemos das dificuldades, mas sabemos também que, com essa denúncia, nós poderemos ampliar a possibilidade de sairmos de uma situação de isolamento político a que fomos constrangidos a vivenciar no Congresso Nacional, onde os deputados do PCdoB, do PT, alguns do PDT, do PR e do Psol, que chegou nesse momento, tiveram uma votação que não permitiu barrar o golpe na Câmara dos Deputados, nem na primeira etapa do processo no Senado Federal", avalia Bertotti.

"É nesse sentido que a plenária do PCdoB aconteceu de forma exitosa ao reunir os nossos militantes para que possamos nos organizar irmanados em uma corrente democrática que faça com que o Brasil retome a democracia respeitando o resultado das urnas de 2014", concluiu.

Audicéa Rodrigues
Do Recife