Padilha admite que impeachment pode ter subido no telhado

O gabinete dos sem voto não esconde que tem pressa quando o assunto é o processo do impeachment. Desmoralizados com as revelações das gravações que confirmaram a articulação da cúpula e Temer no golpe, o governo usurpador disse que quer – leia-se pressiona – para que o processo de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff seja resolvido “o mais breve possível” no Congresso Nacional.

Eliseu Padilha

“Para nós, governo Temer, interessa, sim, que [o processo] seja [resolvido] o mais breve possível", disse Eliseu Padilha (PMDB), que ocupa a Casa Civil.

Padilha, que atuou pelo afastamento da presidenta Dilma e é o braço direito de Temer, disse que "preocupa" o governo a possibilidade de senadores que votaram a favor da admissibilidade do processo votarem contra o impeachment de Dilma.

Segundo levantamento feito pela Folha, Temer teria atualmente 43 dos 54 votos necessários para emplacar o golpe. Mas 19 senadores estão contrários ao impeachment, cinco indecisos e 14 que não declararam sua posição.

Padilha fez questão de destacar que o placar da votação "só deverá ser conhecido 24 horas antes", indicando que a operação Temer-Cunha vai agir na calada da noite.