Tucano diz que priorizar Minha Casa, Minha Vida endividou ministério

Seguindo a linha de Michel Temer, que ocupa provisoriamente a presidência, de criticar a herança do governo da presidenta Dilma Rousseff, o tucano Bruno Araújo (PSDB-PE), ministro das Cidades, afirmou nesta quinta-feira (2), que o governo da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), foi o responsável pelos cortes na faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida.

Bruno-Araujo - George Gianni/PSDB

Segundo ele, Dilma criou expectativas falsas ao prometer investimentos sem ter verbas. "O Ministério das Cidades [no governo Dilma] foi o maior passador de cheques sem fundo do planeta", disse.

No entanto, uma das primeiras medidas do ministro da Fazenda de Temer, Henrique Meireles, foi acabar com os subsídios concedidos aos mutuários mais pobres do Minha Casa Minha Vida. O programa habitacional deixará de receber recursos do Tesouro Nacional, para subsidiar as famílias enquadradas na faixa 1, que atende a população de mais baixa renda, e na faixa 2 e além disso mudará de nome.

Cinicamente, Araújo fez uma apresentação do que classifica como “situação dos programas do ministério”, exibindo dados dos programas de mobilidade e de saneamento e com base no orçamento de 2016, afirmou que seriam necessários pelo menos 40 anos para honrar os compromissos assumidos pelo governo Dilma.

Apesar desse discurso de fim do mundo e de caixa quebrado, o tucano disse que “manterá os investimentos”. Ora, Dilma deixou o caixa quebrado e passou cheque sem fundos e ele vão endossar?

Araújo prometeu também que o programa Minha Casa, Minha Vida não será interrompido. "O programa não vai acabar, continua prioritário", disse ele, afirmando que nas faixas 2 e 3 do programa e buscará recursos para a faixa 1. Isto é, corta os subsídios para depois dizer que vai buscar os subsídios.

No governo Dilma, o Ministério das Cidades era comandado por Gilberto Kassab (PSD), que agora compõe o gabinete de Temer como ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações. Durante a entrevista, Araújo foi questionado se conversou com Kassab sobre a situação da pasta que ele comandava, mas Araújo se esquivou.