Novo ministro diz que funcionários da CGU devem ter ideologia de Temer
O ministro da Transparência, Torquato Jardim, que assumiu a pasta depois de Fabiano Silveira – primeiro indicado de Michel Temer – ter sido flagrando em gravações em que orienta a investigados da Lava Jato e critica as investigações, disse nesta quinta-feira (2), na primeira reunião com funcionários do ministério, que os servidores que tenham "incompatibilidade" ideológica com o governo de Temer devem entregar os seus cargos.
Publicado 03/06/2016 16:32

"É claro que isso pressupõe uma compatibilidade política, filosófica e ideológica que cada qual com o governo de transição do presidente Michel Temer. Quem tiver uma incompatibilidade insuperável de qualquer tipo e qualquer circunstância, tenho certeza, terá a dignidade de pedir, espontaneamente, a sua exoneração", disse Jardim, em áudio divulgado pelo jornal Correio Braziliense.
A declaração é mais uma das bizarrices do governo provisório de Temer, já que o órgão, responsável pela fiscalização e controle da administração pública, é formado por auditores e técnicos. A julgar pela equipe ministerial que Temer compôs, com sete investigados pela Lava Jato, e a revelações dos áudios de seus aliados, que mostraram como foi orquestrado o golpe contra o mandato da presidenta Dilma, não é difícil definir qual a "ideologia" de Temer para o Ministério da Transparência.
Funcionários do Ministério da Transparência têm protestado contra a extinção da Controladoria-Geral da União, medida tomada por Temer assim que a presidenta Dilma Rousseff foi afastada pelo Senado.