Temer cria mais 14 mil cargos e agradece "base parlamentar sólida"
A Câmara dos Deputados aprovou a criação de mais de 14 mil cargos federais, dentro do pacote proposto pelo presidente interino Michel Temer. A medida teria "passado batida" pelos parlamentares porque foi incluída dentro do reajuste para 16 categorias de servidores públicos dos três poderes da República. Temer afirmou que aprovações são resultado de sua "base parlamentar muito sólida".
Publicado 03/06/2016 16:53

De acordo com a coluna do Painel da Folha, especificamente foram 14.419 postos adicionais criados em meio à crise econômica brasileira. Antes de assumir a interinidade, Temer havia anunciado medidas contrárias: cortar 4 mil postos comissionados do governo, em propostas para aliviar as receitas da União.
Dentre as criações de novos servidores, estão mais de 4 mil apenas para técnicos administrativos em educação, há outros 52 postos para o Instituto Brasileiro de Museus e mais de 500 analistas para o Comando do Exército.
Tratou-se de um "adicional" no projeto de lei que concedeu, também, o aumento para os servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Sem entrar nesses novos custos gerados por Temer no projeto, o pacote de reajustes aprovado pela Câmara, com o objetivo de angariar apoio político ao interino peemedebista, trará um impacto de, pelo menos, R$ 58 bilhões até 2019 no Orçamento.
Se os resultados negativos já são reais na planilha de contas brasileira, Temer invoca para si a autoria por "produzir efeitos positivos" na economia.
Em entrevista ao SBT, o interino Michel Temer defendeu que foi na sua gestão – de apenas três semanas – que houve a queda de 0,3% do PIB, um resultado do primeiro trimestre deste ano. A comemoração no déficit é porque o índice esperado era de queda de 0,8% do PIB.
Ao canal de televisão, disse que "o brevíssimo período" desde que assumiu a Presidência, em 12 de maio, "já produziu efeitos positivos", ainda que haja atualmente uma "radiografia negativa do país" com um "grande desafio na economia".
Ainda em referência às recentes aprovações na Câmara, consentindo na criação de cargos federais sem discussão dos parlamentares, durante a entrevista, Temer também ressaltou que "confia" na sua "base parlamentar muito sólida".
Michel Temer admitiu que o reajuste concedido aos servidores públicos e aprovado na madrugada desta sexta (3) contou com "cálculo político" na aprovação e defendeu que o reajuste é "útil" ao governo. "Foi uma coisa ajustada no governo anterior. O ajuste pacifica a relação do governo com servidores. É um aumento desejado há muito tempo. Foi um aumento discreto, que quase não cobre inflação, e útil para governo e servidores", acreditou.
Por fim, o interino também disse que a aprovação da meta fiscal com um déficit de R$ 170,5 bilhões e a vitória na Desvinculação de Receitas da União (DRU) são exemplos da solidez de sua base parlamentar. "Conseguimos manter o Congresso trabalhando até 4h da manhã para ampliar a meta. Ontem produzimos um efeito extraordinário aprovando a DRU, que estava há mais de seis ou sete meses parada”, disse. “O Executivo e o Legislativo estão trabalhando duro", afirmou, no SBT.