PCdoB-CE: Comitê Estadual debate quadro político para Eleições 2016

Na última reunião ordinária realizada antes do processo de convenções eleitorais deste ano, o Comitê Estadual do PCdoB-CE debateu no último sábado (04/06) o cenário político atual, o projeto eleitoral do partido e abordou ainda as convenções municipais, que definirão as candidaturas comunistas e as coligações para a disputa.

PCdoB-CE: Comitê Estadual debate quadro político para Eleições 2016

Luís Carlos Paes de Castro, presidente estadual do PCdoB-CE, iniciou a intervenção destacando que a reunião dos dirigentes se “reveste de grande importância”, pois aborda temas fundamentais para o andamento do partido nos próximos meses. Segundo o comunista, as convenções serão realizadas a partir do dia 20 de julho até o dia 5 de agosto deste ano. Paes destacou a realização dos cursos preparatórios para pré-candidatos e dirigentes municipais. “Foi uma iniciativa importante tomada pela direção do partido”, avalia. Até o último final de semana os cursos reuniram 635 quadros representando 107 dos 153 comitês municipais organizados no Ceará. “Destacamos a participação dos camaradas pois representa um movimento importante. Precisamos continuar reforçando essas ações que levam os quadros dirigentes às mais diversas regiões do Estado”, ressalta.

Para o presidente do PCdoB-CE, as eleições terão como pano de fundo a atual crise política nacional, com possibilidade real de maiores tensões e radicalização. “Vivemos dias pouco comuns da nossa vida democrática. Um governo ilegítimo assume o poder, a partir de uma articulação golpista, com programa contrário ao referendado por mais de 54 milhões de brasileiros. A divulgação das gravações de diálogos entre o ex-senador pelo PSDB cearense, Sérgio Machado, e os senadores Romero Jucá, Renan Calheiros e o ex-presidente José Sarney, todos do PMDB, não deixam qualquer margem de dúvida acerca dos objetivos dos golpistas para afastar a presidenta Dilma Rousseff. O vazamento dos áudios mostra, de forma cristalina, as intenções dos golpistas de parar as investigações da operação Lava Jato, e o que é mais grave, envolve até ministros do Supremo Tribunal Federal na trama”.

Luís Carlos Paes abordou as trapalhadas do Governo Temer que, há menos de um mês no poder, já perdeu três ministros e tem outros vários investigados. “Cada dia que passa, apesar do esforço da mídia de tentar esconder os fatos e proteger o presidente impostor, mais e mais brasileiras e brasileiros percebem o que está ocorrendo e não aceitam essa situação. As inúmeras manifestações em todo o país reforçam a ideia de que o presidente golpista está ilhado no Palácio do Planalto enquanto, por outro lado, a Presidenta afastada cada dia é recebida com mais manifestações acolhedoras. Este sentimento cresce em função da postura firme e altiva de Dilma, de não se submeter e não negociar com os golpistas e por não ter cometido qualquer crime”, avalia.

Paes condena a escalada de retrocessos imposta pelo governo interino. “Temer assumiu uma série de compromissos com o mercado financeiro e o capital monopolista nacional e estrangeiro visando solapar todas as conquistas políticas, sociais e econômicas dos últimos 13 anos. Adotam um programa que nunca seria referendado pelo povo nas urnas”. O dirigente comunista cita como exemplos de retrocesso a terceirização das atividades fins; a reforma da CLT, privilegiando o negociado em detrimento do legislado; a reforma da Previdência; o ataque ao pré-sal; a retomada das privatizações e a nova política externa do “fala grosso com a Bolívia e fala fino” com os Estados Unidos; além da reforma ministerial desastrosa, que extinguiu pastas importantes como a da Cultura e da Previdência, entre outras. “O que temos assistido é a perda de poder de todas as estruturas voltadas para a implementação de políticas sociais necessárias para a redução de preconceitos e desigualdades”.

A sequência desastrosa de ações impostas pelo governo interino, considera Luís Carlos Paes, reforça a mobilização popular. “Com isso, a insatisfação do povo cresce, aumenta a impopularidade do presidente golpista, enquanto a de Dilma, presidenta legítima, afastada temporariamente, só cresce. Cabe a nós reforçarmos as mobilizações nas ruas que, com a instabilidade política e a tentativa de aplicação dessa agenda antipopular, antinacional e antidemocrática podem levar a que na votação final possamos ter uma vitória e o retorno de Dilma. Não é tarefa fácil, pois exigirá muita luta e ação junto aos senadores”.

Plebiscito

O dirigente partidário citou ainda em sua intervenção a proposta do PCdoB e de outras forças políticas para que o povo seja consultado e decida sobre que rumo o País deve seguir. “Num momento de crise e de instabilidade como esse, nada mais democrático do que uma ampla consulta à população, sob a forma de plebiscito, em que todos seriam chamados a dizer se querem a continuidade do governo ou a realização de novas eleições presidenciais”, pondera.

Eleições Municipais

E é neste clima de instabilidade e de risco democrático que serão realizadas as eleições municipais deste ano. Paes reforça que no Ceará, além dos cursos preparatórios, muitas reuniões bilaterais estão sendo realizadas, entre os pré-candidatos e dirigentes municipais com membros da direção estadual. “O projeto eleitoral está em construção a expectativa é de que deveremos disputar prefeituras em mais de 20 municípios, com chances reais de vitória na maioria deles”, avalia.

Em Fortaleza o PCdoB-CE deverá apoiar a reeleição do atual prefeito Roberto Cláudio, podendo ocupar uma vice. Segundo o dirigente comunista, a maior preocupação hoje na capital está voltada para a construção de um projeto que possibilite o crescimento da representação política do partido na Câmara Municipal que conta atualmente com apenas um vereador, o professor Evaldo Lima.

Mais

Ainda durante a manhã de intervenções, o secretário estadual de Organização, Abel Rodrigues, apresentou a resolução sobre as convenções eleitorais aprovada pela Comissão Política Nacional do Comitê Central. Já a secretária de finanças, Sônia Pinheiro, deu um informe detalhado acerca da situação de sua secretaria e apresentou propostas emergenciais tendo em vista ampliar a arrecadação financeira junto aos militantes e amigos do PCdoB. Ao longo do dia foi aberto o debate, quando os membros do Comitê Estadual puderam participar e contribuir com as questões apresentadas durante a reunião.

Ao final, foi referendada, por unanimidade, a resolução aprovada pela Comissão Política Estadual que determina como condição obrigatória para obtenção da legenda a assinatura de Carta-Compromisso com o Partido por cada um dos candidatos ao pleito de 2016.