Deputada denuncia golpe machista e misógino contra presidenta Dilma

“Por ter sido uma mulher a ser deposta, foi deposta com misoginia, com machismo. Se fosse um homem, talvez tivesse sido menor a dor, mas a verdade é que o golpe político, midiático e jurídico, que está em curso no Brasil, atacou de maneira frontal e cruel porque era uma mulher. A democracia e as mulheres caminham em um compasso diferenciado no Brasil. Por isso, a nossa história é de muita luta e de muita garra”, disse Alice.

No evento, Alice destacou também a importância de uma maior participação da mulher nos espaços de poder no país. “Queremos que no Brasil, pelo menos, 30% dos eleitos sejam mulheres para nos igualarmos a Moçambique, a Namíbia, ao Panamá. O Brasil, nas Américas, só está à frente, no número de mulheres participando do processo de poder, do Haiti e Belize.”

“Nós vivemos um apartheid disfarçado pelas cores da Globo, que se esconde no silêncio dos lares, com o estupro, o assédio, a violência”, enfatizou a deputada, que é uma das parlamentares que se destaca na luta em defesa dos direitos das mulheres no Congresso Nacional.

O debate contou com a participação de Anna Muylaert, diretora do premiado filme Que Horas Ela Volta?. “Que orgulho ter participado deste Palco Aberto no Teatro Vila Velha, com tantas mulheres poderosas dentro e fora do palco. Isso é sangue na veia”, disse a diretora.

O evento contou ainda com a presença da educadora Makota Valdina e a apresentação de um fragmento da peça "Somos Todas Clandestinas", que discute o aborto; além da performance de Laís Machado, atriz do grupo Teatro Base, e músicas interpretadas por atrizes da universidade Livre do Teatro.