Jô Moraes participa de debate sobre a ditadura militar com estudantes

Em tempos de retrocesso, de ameaça real aos avanços sociais, constitucionais, alunos de uma comunidade operária da cidade de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, discutem Ditadura Militar e utopia. 

O debate aconteceu no último final de semana, num encontro que reuniu 120 alunos da Escola Municipal Albertina Alves do Nascimento, da Fundação de Ensino de Contagem (Funec), do Bairro Oitis, para ouvir a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG), que viveu de forma dramática o período, e sobreviveu como clandestina em seu próprio país durante mais de 10 anos.

Adolescentes na faixa etária entre 15 e 17 anos se reuniram para ouvir, discutir e contextualizar o período e, a partir do depoimento da parlamentar, da análise de seu relato. E que também questionaram se depois de tudo, ela ainda tinha utopia.

A diretora, Nilza Aparecida Alves Cardoso, ficou encarregada de fazer o convite à deputada Jô Moraes para dar o seu testemunho aos alunos que se mostraram interessados no tema. Ela também levou em conta o fato de a deputada ter morado no vizinho Bairro Industrial, ainda clandestina, e ter escrito um livro sobre a Ditadura para adolescentes: Uma história para Érica.

Ameaças do cotidiano

Para a deputada é extremamente significativo o interesse manifestado pelos alunos em contraposição à tese da escola sem partido, totalmente fora do eixo : “Há uma divulgação maciça, quase como uma tese, de que adolescentes estão alheios aos acontecimentos que fogem do seu mundo em transição da escola para a vida do trabalho. Não. Adolescentes estão sim preocupados com a vida no País, com o futuro. Eles sonham e acreditam num mundo melhor. São agentes de transformação”, diz ao apontar mais de uma centena de meninos e meninas participando com perguntas, ponderações, apontando saídas, revelando seus sonhos, a crença num mundo melhor.

“A escola, a internet, os livros abrem o mundo para eles, que anseiam por conhecimento, por, ampliar horizontes, comparar. E a revelação de fatos reais do período da Ditadura desperta este interesse porque eles estão sentindo, vivendo as mudanças no dia-a-dia. Sabem que alguns rumos que se apresentam em seus cotidianos são verdadeiras ameaças”, avalia a parlamentar.

A perda dos direitos civis revelada a partir de detalhes das perseguições, da prisão por estar distribuindo panfletos em porta de fábrica, em Pernambuco, a outra prisão, desta vez na Bahia, foram assuntos que impressionaram bastante os estudantes, que quiseram saber de torturas, do cotidiano daqueles tempos. A parlamentar que sequer falou de seu partido e de ideologias se disse impressionada com a visão de mundo dos adolescentes, com a certeza de que podem mudar o mundo para melhor.

Informações do mandato da deputada Jô Morea