Senadora critica medidas de Temer que privatizam setor elétrico 

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) criticou a Medida Provisória editada nesta quinta-feira (23) pelo presidente ilegítimo Michel Temer. Para a senadora, a MP abre caminho para a privatização da Eletrobrás. O objetivo do governo seria de se desfazer, até o fim de 2017, de parte de ativos da empresa. Os principais alvos, disse a senadora, seriam as distribuidoras de energia que atuam no Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Piauí e Alagoas.

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Para a senadora, a intenção está clara no edital de convocação dos acionistas, que apresenta como primeiro item da pauta a venda do controle acionário dessas distribuidoras. E avalia que “essa é uma medida lesa-pátria, que vai gerar desemprego, reduzir a qualidade dos serviços prestados à população da Região Norte e prejudicar a soberania nacional na Amazônia.”

“Essa medida provisória pode promover na Amazônia um cenário extremamente perigoso: empresas estrangeiras controlando e tendo acesso a 104 localidades na Amazônia. Isso é muito grave. Não se justifica tomar tal atitude por causa da incompetência de gestores que levaram as empresas para o endividamento. Elas só têm prejuízo por causa da ingerência política”, declarou.

Vanessa Grazziotin ainda criticou a intenção do governo Temer de fixar limites para os gastos e o endividamento públicos com base na inflação. E também pediu que o Senado rejeite a possibilidade de empresas estrangeiras possuírem até 100% do capital de companhias aéreas que atuam no país, aprovada esta semana na Câmara dos Deputados.

Gleisi Hoffmann

Vanessa Grazziotin comentou também a ação da Polícia Federal, que cumpriu mandado de busca e apreensão na residência da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR). O marido de Gleisi, o ex-ministro Paulo Bernardo, foi preso preventivamente.

Vanessa Grazziotin disse apoiar todas as investigações, mas advertiu ser preciso haver limites. Ela lembrou que Gleisi, como senadora, tem direito a foro privilegiado e que uma operação policial em sua casa deveria ser devidamente autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“O único limite (às investigações) é a própria legislação. Porque, se a legislação for obedecida, a injustiça não será cometida e a investigação continuará sem nenhum prejuízo. As coisas começam a não dar certo quando se passa dos limites legais e institucionais”, comentou.