Maduro anuncia plano para combater escassez de produtos básicos

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (11) a criação de um plano destinado a combater a crise gerada pela escassez de produtos básicos que afeta a população do país. Segundo um comunicado da Presidência, o objetivo do plano é fazer frente aos “fenômenos especulativos que promovem o desabastecimento”.

Nicolás Maduro - Efe

A Venezuela enfrenta há mais de dois anos uma crise econômica, resultado de fatores como a queda do preço do petróleo, a dependência de itens importados e o acirramento da disputa entre forças governistas e de oposição, que o governo de Maduro qualifica como uma "guerra econômica e política" de setores de direita.

Um dos principais reflexos da crise tem sido a falta de produtos básicos, como alimentos e remédios, que tem gerado filas em supermercados e motivado saques em estabelecimentos comerciais.

A chamada "Grande missão de abastecimento soberano e seguro" foi anunciada por Maduro durante reunião do Conselho de Ministros no Palácio Miraflores, transmitida em rádio e televisão.
“Por que abastecimento soberano? Porque só do nosso esforço venezuelano é que vão se estabilizar os assuntos econômicos do país e da família venezuelana”, disse Maduro. De acordo com ele, os três “motores” do plano serão os setores agroalimentar, farmacêutico e industrial.

Coordenado pelo ministro da Defesa, o general Vladimir Padrino, o plano focará em produção, logística e distribuição; novos processos de comercialização, sistema de custos e rendimento; consolidação da organização produtiva, segurança e defesa integral; e investigação, desenvolvimento e substituição das importações.

“É uma grande operação para ganhar a guerra não-convencional e a guerra econômica”, afirmou o presidente.

O programa é parte do Decreto de Emergência Econômica aprovado por Maduro no início deste ano. À época, o ministro da Economia Produtiva, Luis Salas, disse que o objetivo da medida era "diminuir os efeitos da inflação induzida, da especulação, do valor fictício da moeda, da sabotagem aos sistemas de distribuição de bens e serviços, assim como resistir às consequências da guerra dos preços do petróleo".

Segundo Maduro, a expectativa é de que nos próximos seis meses a missão resulte em melhorias na economia do país, especialmente na questão do abastecimento de produtos básicos.