Trabalhadores cobram posição do INCRA quanto à reforma agrária

Manifestantes reivindicam medidas que agilizem a reforma agrária e cobram políticas públicas para a produção e comercialização da agricultura familiar

Incra

Inúmeras famílias estão acampadas na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), em Goiânia, para reivindicar do órgão uma posição sobre os processos de vistoria com o fim de desapropriação de terras para a reforma agrária, que se arrastam há meses e hoje estão praticamente paralisados. De acordo com Alair Luiz dos Santos, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (FETAEG), 50 áreas estão com pedido de vistoria, que não foram realizadas, e 35, já vistoriadas, com processos concluídos, mas que não foram efetivados.

A pauta de reivindicações do movimento dos trabalhadores inclui ainda o pedido de cumprimento de medidas de assistência técnica, infraestrutura e financiamento da produção agrícola às famílias que foram assentadas há aproximadamente seis anos, já que de lá para cá não houve mais desapropriação de terras em Goiás para fins de reforma agrária, informou a FETAEG. A federação se reuniu ontem (11) com a direção do INCRA em Goiás e aguarda uma posição do INCRA nacional para deliberar sobre a questão, que se arrasta há meses.

De acordo com Alair dos Santos o momento é de muita apreensão, com as mudanças em curso, promovidas pelo governo interino, que está agindo contra os interesses e direitos da classe trabalhadora. O presidente da FETAEG classifica de golpe o governo do vice-presidente Michel Temer que, segundo ele, age no sentido de promover um desmonte da estrutura governamental que hoje abriga os serviços públicos, estando clara a intenção de acabar com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e, consequentemente, com o próprio INCRA.

A deputada Isaura Lemos (PCdoB) externou seu apoio ao movimento e disse que o governo não pode mais adiar a solução desse problema, sob pena de causar um prejuízo inestimável aos trabalhadores e trabalhadoras que lutam pelo direito a terra e à moradia em todo o país, particularmente em Goiás. A parlamentar lembrou a audiência pública que promoveu no primeiro semestre dos trabalhos legislativos, com a presença de parlamentares da base do governo estadual e representantes deste, os quais se comprometeram a dar andamento aos processos que hoje estão na pauta de reinvindicações apresentadas pela FETAEG.