"Eu apoio o plebiscito", afirma Dilma em ato do Circo da Democracia

A presidenta Dilma Rousseff participou de ato no Circo da Democracia, em Curitiba, nesta segunda-feira (8). A presidenta eleita voltou a denunciar o governo golpista de Michel Temer e reiterou a defesa de um plebiscito para decidir sobre a antecipação de eleições, além de uma reforma política.

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"Eu apoio o plebiscito, desde que tenha uma direção e uma reforma política ampla. Nosso país está fragmentado partidariamente, que tenhamos seis ou sete, mas não os 25 que estão no Parlamento mais os outros que somam 35. Esse sistema é o pai e a mãe do fisiologismo. Como está, corremos o risco de termos mais partidos e políticos que terão acesso ao horário eleitoral, ao Fundo Partidário", afirmou Dilma noeventou que reuniu 50 entidades populares em Curitiba.

E acrescentou: "Hoje não dá mais para ignorar que a crise política comprometeu o país e que se não superarmos isso não vamos conseguir recuperar o país. Diante da crise quando quem não pode pagar é que tem menos. Sempre no Brasil foi assim. Eu tenho certeza que essa luta é uma luta justa. Eu acredito nisso. Resisto e luto e luto"

“É fundamental que nós saibamos porque é um golpe. É fundamental que nós saibamos porque é uma golpe diferente daquele que nós vivemos. É um golpe parlamentar. Golpe porque não há crime de responsabilidade. É um golpe em todas as reações. Não há crime, há um julgamento político. Um julgamento político cabe no parlamentarismo. Mas no presidencialismo para pedir o impeachment tem que haver crime de responsabilidade”, afirmou.

Dilma apontou como responsáveis pelo golpe "a mídia oligopololista, uma parte da oposição ao meu governo, que foi sendo substituída pela parte mais fisiológica, mas nem por isso menos ávida – esta parte representa o governo provisório interino -, e toda uma parte do capital especulativo financeiro". "Podem ter outros grupos, mas este é o núcleo duro do golpe", reforçou.

Em seu discurso, a presidenta afirmou que não se surpreendeu com a proibição dos protestos contra o "Fora Temer" nas Olimpíadas do Rio. Segundo ela, esta é uma das características dos golpes.

"Não surpreende que tenham prendido pessoas que pedem o 'Fora Temer'. Começam a tentar impedir que as pessoas identifiquem o golpe como golpe. Estabelecem que é proibido falar em certos lugares, como proibiram no Maracanã", disse.

Sobre as medidas do governo de Temer, Dilma não poupou críticas. "Esse governo que está ai, tentar aplicar no país um programa que nunca seria aplicado se tivesse sido levado às urnas. Quem de nós apoiaria uma PEC que congela os gastos na saúde por 20 anos? Quem aprovaria uma versão da CLT em que se flexibiliza uma jornada de trabalho que propõe reduzir as horas extras sem pagar sua integralidade. Projeto que adultera a concepção do “Minha Casa Minha Vida”. E o pato quem paga são os setores mais pobres do país”.

"Esse golpe trata-se de impedir e estancar a sangria. Como mesmo disse o senador Jucá . Estancar a sangria para que as investigações não cheguem as eles", lembrou Dilma.

“É fundamental que superemos a crise econômica. Temos todas a condições de superar através de um pacto nacional. Pacto entre todos os brasileiros, que não quer atribuir todo ônus das reformas para a classe média. Que eles mesmo reconhecem ser reformas impopulares. Não tem como ter hoje um pacto por cima. Para que as pessoas digam o que pensam e o que acham”, completou.